A Miss Esperantina, modelo Kayra
Nascimento, informou nesta quinta-feira (22) que vai entrar com representação
junto ao Ministério Público Estadual e à Polícia Civil pedindo para que seja
apurado crime de injúria racial cometido durante o concurso Miss Piauí,
realizado no último dia 10. Nesta semana, foi vazado um áudio em que um dos
organizadores do evento se refere à modelo de modo depreciativo utilizando a
palavra “negrinha”. Na mesma gravação, ele oferece ainda vantagens a uma das
candidatas ao título.
Kayra Nascimento pede que sejam tomadas providências cíveis e criminais para a apuração de injúria racial e reparação do dano moral sofrido. “Ser miss é um sonho, uma honra poder representar minha cidade ou meu estado. Após ouvir o áudio, só consegui sentir indignação, me senti descartável pela minha cor e vi que todo o meu esforço não valeu à pena”, declarou a modelo, que acionou também a Ordem dos Advogados do Brasil no Piauí (OAB-PI).
No áudio vazado, o organizador oferece vantagens a uma das candidatas, afirmando que alguns dos jurados seguiriam suas orientações no momento da atribuição das notas. Além disso, o promotor do concurso também sugere à interlocutora que elogie outras candidatas “para não levantar suspeitas. Menos a ‘negrinha’”.
A Miss Esperantina afirma querer que a justiça observe o concurso Miss Piauí mais de perto para que episódios como este não se repitam com outras candidatas.
O crime de injúria racial
O crime de injúria racial está previsto no artigo 140, parágrafo 3º, do Código Penal, que estabelece a pena de reclusão de um a três anos e multa. A advogada de Kayra Nascimento, Laís Marques, explica que "é considerada injúria a ofensa à honra de alguém utilizando elementos de raça, cor, etnia, religião, origem ou condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência".
Por: Da Redação