O Piauí apresentou um aumento vertiginoso de casos de dengue neste ano de 2022. Ao todo, foram 25.549 registros pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi). Em comparação com o ano de 2021, quando foram confirmados 3.338 casos, o crescimento gira em torno de 670%. A constatação surpreendeu as autoridades em saúde do Estado.
A coordenadora de epidemiologia da Sesapi, Amélia Costa, classificou a situação como assustadora e explicou que os números podem ser ainda maiores, já que 7% dos municípios do interior do Piauí apresentaram subnotificação de casos. A preocupação se mantém mesmo diante da análise de que os casos reduziram em 74% nas últimas três semanas.
“Esse aumento não foi somente com dengue. Foi também com chikungunya e zika. A chikungunya é uma preocupação muito grande porque tem deixado muita sequela. As próprias clínicas de fisioterapia relatam muita gente sequelada por chikungunya”, disse Amélia Costa. A proximidade do período chuvoso, por sua vez, impulsiona os desafios para combater a doença.
Foto: Assis Fernandes / O Dia
“Estamos entrando no período crítico, no período de sazonalidade da dengue, que é o período chuvoso e acumula água, consequentemente, temos mais mosquitos (Aedes aegypti). A fêmea pode pousar seus ovos em qualquer lugar”, afirmou Amélia.
Ela chama atenção das equipes de vigilância epidemiológica dos municípios para a sensibilidade aos atendimentos dos possíveis casos com sinais e sintomas. A coordenadora alerta ainda para a responsabilidade dos gestores municipais para a limpeza permanente de ruas. Já para a população, ela recomenda cuidados com os criadouros do mosquito nas residências com o acúmulo de água.
Para o início do próximo ano, a Sesapi organiza uma reunião para pedir empenho dos municípios. “Até a segunda quinzena de janeiro estamos tentando fazer uma reunião com todos os municípios para que a gente divulgue os dados dos municípios e possamos orientar que medidas podemos tomar em relação a redução dos casos”, disse.