A gravidez é um momento único na vida da mulher. Mas, em período de pandemia, o medo, as preocupações e questionamentos surgem sobre a contaminação do novo coronavírus. Desde que as gestantes foram classificadas como grupo de risco da doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS), os cuidados tiveram que ser ainda mais redobrados durante a gestação.

Leia também: No Piauí, mãe relata desafios do pós-parto na quarentena 

Uma das dúvidas é sobre a transmissibilidade da Covid-19 ao bebê durante o parto. A ginecologista e obstetra, Cláudia Fontenele, explica sobre as chances de a criança contrair o vírus durante o parto. "As comprovações ainda são muito poucas. Não se sabe ainda se essa transmissão é uteroplacentária ou por contato direto, ou seja, o contato que teve com a mãe ali no momento em que nasceu a criança. São poucos os casos e com isso ainda não temos essa definição", explica.

Gestantes que apresentam sintomas de síndrome gripal, tosse, coriza, falta de paladar e olfato, além de febre devem entrar em contato com o seu pré-natalista ou médico obstetra para ter uma orientação se necessita procurar uma urgência. Em isolamento domiciliar, as puérperas devem ficar no mínimo 14 dias em casa, usando máscara, com distanciamento mínimo de 2 metros dos outros residentes e evitando compartilhamento de objetos de uso pessoal.

É importante reforçar que as gestantes não podem abandonar suas consultas de pré-natal, pois a saúde materna, vitalidade fetal, dentre outros fatores precisam continuar sendo avaliados. Cláudia Fontenele ainda esclarece se a pandemia interfere na condução do parto normal ou cesáreo. 

^{Gestantes devem ter cuidado redobrado durante a pandemia - Foto: O Dia}

"A via de parto é obstétrica. Então o obstetra vai avaliar as condições clínicas daquela mulher, esteja ela infectada ou não. Não é contraindicado o parto vaginal. Isso vai depender, obviamente, das condições clínicas da puérpera no momento do parto", finaliza a especialista.

Jovem morreu na Evangelina Rosa 15 dias após o parto por causa da covid-19

A questão da saúde das gestantes e puérperas durante a pandemia do novo coronavírus ganhou espaço sobretudo depois que uma mãe de 20 anos faleceu na Maternidade Dona Evangelina Rosa (MDER), em Teresina, em decorrência da covid-19 apenas 15 dias após dar à luz seu filho. O menino segue internado na UTI de Cuidados Intermediários da maternidade por ter nascido prematuro.

Já a mãe precisou ficar entubada na UTI Covid da unidade por 10 dias e, apesar de ter tido uma melhora, não resistiu e acabou falecendo nesta quarta-feira (10). A informação foi confirmada por meio de nota da Maternidade Evangelina Rosa. 

Confira a nota na íntegra:

A Maternidade Dona Evangelina Rosa (MDER), lamenta informar o falecimento de sua primeira paciente vítima de complicações da COVID-19.

A  jovem,  20 anos, de Teresina, deu entrada na Instituição no último dia 27 de maio  com 30 semanas de gestação, teve um bebê do sexo masculino que testou negativo para doença. A mãe ficou intubada na UTI - COVID durante 10 dias, apesar de ter tido uma melhora, não resistiu à doença. A MDER ressalta que, durante os 15 dias que esteve em tratamento, a parturiente recebeu toda a assistência que necessitava. 

O bebê segue internado na Unidade Intensiva de Cuidados Intermediários (UTIN), já que, por conta da prematuridade, precisou de ajuda para respirar quando nasceu e foi levado para a UTI. Já  respira sozinho, está recebendo leite humano do Banco de Leite  e ganhando peso.

Fonte: Da Redação
Edição: Maria Clara Estrêla