As obras do Centro de Referência
Médica de Picos, mais conhecido como Hospital Regional, foram iniciadas, mas
estão paradas há mais de três anos devido a irregularidades em licitações. No
último dia 11, a Câmara de Vereadores da cidade realizou uma audiência pública
para discutir o problema e nesta segunda-feira (17), o Sindicato dos Médicos da
Macrorregião de Picos e a Força Tarefa Popular fizeram uma manifestação para
chamar a atenção das autoridades e cobrar da Justiça agilidade no processo
envolvendo o embargo da obra.
De acordo com o vereador Wellington
Dantas (PT), o juiz que está com o caso, Rodrigo Ribeiro, determinou a
realização de uma perícia no canteiro de obras e já está de posse de toda a documentação.
“Ficou constatado que o estado havia irregularidades junto à empresa que perdeu
o contrato da obra e cabe ao juiz liberar o canteiro de obras para a nova
empresa licitada pelo estado para que a construção continue”, afirmou o
parlamentar do Município de Picos. Wellington acrescenta ainda que o novo
hospital regional de Picos deverá funcionar também como hospital escola para os
estudantes de Medicina da Ufpi da cidade.
A expectativa é que o novo
hospital regional de Picos, quando concluído, possa desafogar a alta demanda de
pacientes nos hospitais de Teresina, especialmente o HUT e o Hospital Getúlio
Vargas. Segundo as estimativas do Sindicato dos Médicos, são atendidos 250 pacientes
por dia no Hospital Justino Luz, a única unidade regional do município. “São
cerca de cinco transferências por dia do hospital para Teresina porque não há
condições de tratar casos de média e alta complexidade”, pontua o presidente do
Sindicato dos Médicos, José Almeida.
O levantamento da entidade aponta
que a macrorregião de Picos possui, atualmente, mais de 150 médicos de
praticamente todas as especialidades e que, junto com as cidades em seu
entorno, o município reponde pelo segundo maior polo de saúde do Piauí, com
cerca de 500 mil habitantes. Daí a necessidade de uma unidade hospitalar maior
para abrigar todos os profissionais atender a toda essa demanda.
É o que pontua o coordenador da
Força Tarefa Popular, Arimateia Dantas. “Em Picos, detectamos um hospital
parado e vimos que o outro funciona precariamente. Há muitas pessoas precisando
de atendimento e profissionais querendo ajudar, mas sem condições. Encontramos
o hospital regional tomado pelo mato, mesmo tendo recursos em caixa”, disse.
A Força Tarefa, junto com o
Sindicato do Médicos da Macrorregião de Picos e representantes da Câmara
Municipal da cidade tentam marcar uma reunião com o juiz Rodrigo Ribeiro para
tentar dar uma solução para o problema, mas o encontro ainda não tem data para
acontecer.
Por: Maria Clara Estrêla
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