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Moderação nas redes sociais ajuda a barrar ansiedade, diz especialista

Segundo a OMS, há cerca de 18,6 milhões de brasileiros que apresentam variados graus de ansiedade.

08/06/2019 14:40

Dados da Organização Mundial de Saúde apontam que o Brasil é o país com o maior número de pessoas que sofrem de ansiedade no mundo, problema que se agravou de forma significativa com o advento das redes sociais. 

Segundo a agência da Organização das Nações Unidas voltada para a saúde, há cerca de 18,6 milhões de brasileiros que apresentam variados graus do distúrbio emocional, que em muitos casos impossibilita a pessoa de realizar até as atividades mais simples do dia a dia.

Os especialistas ressaltam que é comum sentir ansiedade em momentos pontuais da vida - por exemplo, às vésperas de receber o resultado de uma prova, por conta de uma entrevista de emprego ou ao realizar consultas médicas e exames.

Da mesma forma, o sentimento de medo é comum e até necessário em momentos de iminente ameaça.

Mas a ansiedade patológica é caracterizada exatamente por ser persistente, e provocar uma série de consequências negativas nas pessoas, como distúrbios do sono, tensão muscular, medo de tudo, preocupação excessiva, compulsão alimentar, pensamentos obsessivos e uma variedade de sintomas físicos que podem ser desencadeados.  

"A ansiedade é um sentimento normal, como o medo, a tristeza, que são sentimentos humanos. Mas quando esse sentimento passa a ser aumentado, é possível que ele se transforme num transtorno - no caso, o transtorno de ansiedade, que só um profissional habilitado consegue identificar", explica o psicólogo Kélvio Silva (@kelviopsi), que atua como terapeuta de casais e orienta pais a como melhorar suas relações com os filhos. 

O psicólogo Kélvio Silva recomenda que as pessoas busquem mais o contato físico com amigos, familiares e colegas de trabalho (Foto: Elias Fontinele / O DIA)

O especialista alerta que as redes sociais podem potencializar os sentimentos de ansiedade e de depressão. Ele recomenda que as interações virtuais ocorram de forma moderada, e que se priorize o contato físico entre as pessoas. 

"O que a pessoa pode fazer para evitar que a sua ansiedade se torne um transtorno? Quando ela começar a se preocupar demais, ela tem que buscar perceber o momento presente. Muitas pessoas não conseguem viver o presente porque elas estão fixadas no número de curtidas [nas redes sociais], naquilo que vai aparecer, naquilo que vai acontecer, no resultado da entrevista de trabalho, dentre outras coisas. Existem sim expectativas sobre o futuro que todos nós temos, mas eu preciso me fixar no agora. Então, quando nós saímos das redes sociais, quando saio dessas relações artificiais, e tenho relações diretas com as pessoas, isso nos ajuda a nos proteger desse aumento exacerbado da tristeza e da ansiedade", aconselha Kélvio Silva.

O psicólogo salienta, ainda, que muitos dos transtornos não surgem da noite para o dia. "Algumas pessoas começam a desenvolver transtornos de ansiedade na infância ou adolescência", afirma Kélvio.

Numa de suas palestras - "Não educar pode gerar traumas" -, o psicólogo orienta os pais sobre o que fazer para reduzir os riscos de seus filhos serem afetados pelo transtorno de ansiedade.

"Se os pais passam a ser mais sensíveis à educação dos filhos, mais presentes, uma série de problemas que poderiam surgir são evitados. A educação previne violência, previne possíveis problemas psicológicos futuros. Então, educar com qualidade, com afeto, é o que protege e dá possibilidade de que a criança tenha um desenvolvimento emocional saudável", conclui. 

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