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Esporte piauiense sofre com a falta de incentivo público

Com futuro incerto, o Verdão segue sem previsão de reabertura e as federações e os atletas estão sendo prejudicados.

10/04/2018 07:18

Após quatro anos fechado para reforma, o Ginásio Governador Dirceu Mendes Arcoverde, o Verdão, segue sem previsão de reabertura. As obras do espaço foram concluídas em novembro do ano passado, quando o Verdão sediou uma etapa da Liga Nordeste de Futsal e, em março de 2018, o local foi palco para as finais do campeonato piauiense de basquete adulto. Contudo, a administração do ginásio deve ser repassada pelo Governo do Estado para uma empresa através de Parceria Público Privada (PPP).

Enquanto o trâmite não acontece, as Federações Esportivas e os atletas são prejudicados sem ter um lugar adequado para as práticas desportivas. É o que conta a presidente da Federação de Vôlei do Piauí, Tatiana Vieira. “Como é que nós vamos fazer jogos sem uma quadra? Essa é a minha dificuldade maior, de não ter um local, uma quadra adequada. Nós não podemos trazer gente de fora, para um público maior, porque não possuímos isso”, reclama. “O Verdão está há um ‘tempão’ fechado para reforma, mas nós não podemos utilizar as salas também”, completa.


Administração do ginásio deve ser repassada para PPP, mas espaço segue fechado (Foto: Assis Fernandes/O Dia)

As equipes de basquete também sofrem com a mesma problemática. “As nossas federações estão passando por um momento muito difícil. Para você ter ideia, nem bola temos”, declara o presidente da Federação de Basquete do Piauí, Edmar Nascimento. Na impossibilidade de usar o Verdão até a PPP ser firmada, Edmar deslocou a equipe para o ginásio do Bela Vista.

Diante deste cenário, as competições se limitam a serem realizadas nos espaços da Semel, Ifpi e Ufpi, quando estes não estão ocupados com atividades das próprias instituições. “Esperamos que, com a abertura do Verdão, possamos trazer uma seleção brasileira, como o Juvenil da Liga Feminina. Já nos foi oferecido há um tempo, mas não tínhamos um local próprio para realizar os jogos”, diz esperançoso

Fechamento é para prevenir danos antes de concessão, alega Fundespi 

O presidente da Fundação dos Esportes do Piauí (Fundespi), Paulo Martins, explica que o fechamento do Verdão, após a reforma, se deve à prevenção de danos antes da concessão. “Investimos R$ 4 milhões na reforma de adequações e R$ 2 milhões em equipamentos”, destaca.

Segundo Paulo Martins, a PPP objetiva a manutenção do local e a sobrevivência do esporte piauiense. “Trará benefícios para a população. É um órgão que vai ser sempre limpo e novo, como outros órgãos públicos do Estado; que vai gerar benefícios e atividades para todo mundo. Segundo o edital, o parceiro que assumirá a administração investirá R$ 6,5 milhões em modernização, dentro do processo de 20 anos, além da manutenção”, esclarece.


Reforma do Verdão foi entregue no final do ano passado, após cerca de quatro anos (Foto: Assis Fernandes/O Dia)

Contudo, as Federações Esportivas se preocupam com as mudanças que esta parceria irá trazer. “Se privatizar, acho que vai icar bem complicado para as federações se utilizarem de todas as quadras, fazer os jogos, porque, segundo o governo, nós temos o direito de participar. Agora, privatizando vai ficar complicado, porque eles vão querer o quê? Ganhar dinheiro. Se nós tivermos que alugar para utilizar o Verdão, será péssimo para nós”, argumenta Tatiana Vieira.

No entanto, Paulo Martins garante que as federações não serão penalizadas. “Toda modalidade de esporte, que tem apoio do Governo e da Fundespi, terá acesso ao espaço em 120 dias e eu lhe garanto que, durante o regime, usaremos ao menos 100 dias”, pontua. Ainda de acordo com a Fundespi, ficará a cargo das federações o preparo de um calendário com datas de jogos e outras prestezas relacionadas ao Verdão.

Embora o Governo do Estado assegure melhorias, Edmar Nascimento, presidente da Federação de Basquete do Piauí, se mostra receoso com a PPP. “Quem assumir vai querer ganhar dinheiro e as federações de esporte amador não têm recursos. Se forem cobrar ingressos para uma competição local, não vai aparecer ninguém. Só se for para uma competição da seleção brasileira, uma vez na vida”, acredita

Por: Valéria Noronha - Jornal O Dia
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