Em entrevista ao O Dia a enfermeira e presidente do Conselho Regional de Enfermagem (Coren), Amanda Barreto, informou que o enfermeiro suspeito de estuprar uma vítima dentro do Hospital São Marcos, pode ter o direito de exercer a profissão de enfermagem cassado, dependendo das infrações que forem constatadas em processo ético disciplinar.
Presidente do Conselho Regional de Enfermagem (Coren), Amanda Barreto. Foto: Reprodução/ Redes Sociais
“Nós estamos cientes do caso através das mídias pois ainda não recebemos denúncia no Conselho, mas quando acontece algo desse tipo que ganha visibilidade nos damos início a um processo para que a gente possa fazer inicialmente uma inspeção em loco. Depois juntar a instituição e colher o máximo de informações possíveis, o processo vai para um parecer de admissibilidade, para um conselheiro, vira um processo ético disciplinar e ele pode ter o registro cassado”, explica Amanda Barreto.
De acordo com a presidente do Coren, como o suspeito estava no exercício da profissão ele será submetido a um procedimento pode levar de 60 a 90 dias, pois depende do parecer de todas as partes. Em primeiro momento o tramite processual vai para um parecer de admissibilidade, depois é feito uma comissão de instrução oitiva das partes, que inclui testemunhas e ao ser concluído segue para outro parecer conclusivo. Após essa tramitação o profissional ainda passa por uma sessão de julgamento no Conselho Regional, que indica a cassação ou não para Conselho Federal de Enfermagem (COFEN).
Estupro no São Marcos: enfermeiro pode ter registro cassado pelo Cofen. Foto: Ascom Cofen
“No Cofen o processo é julgado em assembleia que decidem pela cassação do exercício profissional ou não. Quando se trata de processo desse tipo a gente tenta dar uma celeridade maior para dar uma resposta tanto para os profissionais de enfermagem quanto para sociedade como um todo”, conclui.
Entenda o caso
Um enfermeiro é suspeito de estuprar uma vítima dentro do Hospital São Marcos, o profissional teria dopado a mulher e praticado o crime sexual. Os dois não tiveram nomes divulgados, mas segundo a titular da Delegacia de Proteção aos Direitos da Mulher, delegada Vilma Alves, a vítima é cunhada e madrinha dos dois filhos do enfermeiro suspeito de ter cometido o crime. Em nota, o Hospital São Marcos informou que tem conhecimento do crime através da imprensa e esclareceu que não existe a prática de administração de quaisquer medicamentos para acompanhantes de pacientes. "Caso isso tenha ocorrido, foi a partir de uma situação específica, relação pessoal de confiança que havia entre a vítima e o suposto agressor", informou a unidade de saúde.
Por: Sandy Swamy