Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Feiras de livros escolares têm perda de 70% das vendas na pandemia

Com o fechamento do comércio em março, um mês antes do previsto, as dívidas dos lojistas acumularam.

06/12/2020 16:42

O mercado de livros escolares foi um dos setores mais prejudicados com a pandemia do novo coronavírus. Em Teresina, as feiras especializadas em livros escolares sofreram uma queda nas vendas de cerca de 70% com o fechamento do comércio e a suspensão das aulas presenciais nas escolas e faculdades. 


Leia mais: Escolas particulares se preparam para início do ano letivo em 2021  

Procura por reforço escolar aumenta 90% durante a pandemia 


A vendedora de livros Socorro Lages é uma das empreendedoras que viu o lucro cair drasticamente com a decretação do isolamento social em 15 de março deste ano. Para o primeiro semestre do ano letivo, os vendedores esperavam ter um volume considerável de vendas até meados de abril, mas com o fechamento do comércio um mês antes do previsto, as dívidas acumularam.

Foto: Jailson Soares/O Dia

"O nosso pico de vendas é até abril, mas em 15 de março parou tudo. Em junho não tivemos nada de procura, tivemos uma perda de 70% das vendas, tivemos que refinanciar o banco, porque terminamos de pagar em abril o empréstimo que fizemos para comprar a mercadoria, e sem as vendas tivemos que dividir a última parcela para conseguir honrar com o compromisso", relata.

Do mesmo modo, o segundo semestre, com a continuação do ensino remoto e até mesmo cancelamento das matrículas de parte do alunos, as vendas do setor não alavancaram. Em outubro, apenas estudantes do terceiro ano do Ensino Médio e de cursinhos de pré-vestibular foram autorizados via decreto estadual a retornarem às salas de aula.

Foto: Jailson Soares/O Dia

A expectativa dos vendedores é que, com o início do ano letivo em 2021, os clientes retornem às feiras neste mês de dezembro. Para conquistar a clientela, as lojas estão apostando em promoções e na propaganda feita pelas redes sociais. "Geralmente a gente começa a se programar para o próximo ano letivo em setembro, porque a gente já fica sabendo quais livros vão vir reformulados, e começamos a receber listas das escolas. Para esse ano, a expectativa é de que a procura comece agora em dezembro", afirma a vendedora.

Enquanto aguardam o retorno dos clientes, as feiras apostam na venda de livros de literatura e para concurso. "É basicamente o que tem sustentado a gente nesses últimos meses, porque as pessoas continuaram comprando", completa.


Foto: Jailson Soares/O Dia

Assim como as feiras de livros, as livrarias também sofreram o impacto da pandemia. Na Livraria Anchieta localizada na avenida Nossa Senhora de Fátima, na zona Leste de Teresina, a procura por livros escolares também caiu consideravelmente com a suspensão das aulas presenciais. 

Foto: Jailson Soares/O Dia

Além disso, os decretos de isolamento social publicados pela Prefeitura de Teresina e pelo Governo do Estado determinavam o fechamento do comércio não essencial, nos quais as livrarias estão incluídas, em março deste ano, e o retorno só foi possível a partir do mês de agosto. Neste período, o atendimento presencial foi suspenso, o que acabou por acarretar uma redução nas vendas.

Com o retorno das atividades, a expectativa das livrarias é de que a procura por material e livros escolares para o ano letivo de 2021 se inicie neste mês de dezembro. 

Foto: Jailson Soares/O Dia

Com a incerteza do retorno das aulas presenciais em escolas da rede pública, alguns pais optaram por esperar o lançamento do edital de matrículas para definir se irão renovar o material escolar dos filhos. É o caso da pedagoga Iluska Cristine, mãe do pequeno Yann.

"Não comecei a comprar porque estou aguardando para saber se vou conseguir uma vaga em uma escola municipal para ele, e esperando para ver como vai ser no próximo ano. Estou aguardando também que a escola devolva alguns materiais que não foram utilizados e, por estarmos passando por um momento bem delicado, pretendo reaproveitar o que for possível", afirma.

Foto: Arquivo Pessoal

Assim como Iluska, a técnica em Enfermagem Érica Pessoa, mãe de Lívia, de apenas seis anos, também pretende esperar uma definição da escola sobre o retorno das aulas em 2021 para iniciar a compra do material escolar. Érica, cuja filha estuda em escola particular, destaca que a expectativa é de que o material que não fui utilizado também possa ser reaproveitado no próximo ano.

"Algumas coisas a escola devolveu para serem usadas nas aulas remotas. Os livros foram usados, mas alguns ainda nem foram mexidos. Por isso, eu prefiro esperar, porque material escolar é um gasto muito grande para não ser usado. Como é da educação infantil, não tem como reaproveitar", finaliza a mãe.

Por: Nathalia Amaral
Mais sobre: