Durante a vídeochamada com jornalistas realizada na tarde deste sábado (09), o prefeito Firmino Filho (PSDB) demonstrou preocupação com o que está acontecendo no Estado do Maranhão, separado do Piauí apenas pelo Rio Parnaíba e que normalmente envia uma grande demanda de pacientes para atendimentos nas unidades de saúde da capital. O Maranhão possui nove vezes mais óbitos que Teresina e a cidade de São Luís encontra-se atualmente em bloqueio total, fechada para recebimentos de pacientes do interior.
Leia também:
CRM recomenda e PMT inclui atendimento ambulatorial nos serviços essenciais
Teresina atendeu 85 pacientes do Maranhão com sintomas de Covid-19
Teresina é o maior polo de saúde de alta complexidade do país, diz IBGE
A preocupação da Prefeitura é que esses pacientes do interior maranhense sem acesso aos serviços de saúde da capital São Luís busquem atendimento no polo de saúde de Teresina e acabem sobrecarregando o sistema local que já vem sendo bastante demandado com a pandemia do coronavírus.
Justamente para diminuir esse fluxo de pacientes vindo do estado vizinho e evitar os aglomerados de pessoas nas unidades hospitalares locais, a PMT decidiu restringir as atividades e o funcionamento do polo de saúde de Teresina. A partir da publicação do novo decreto, as unidades de saúde da capital que fazem os atendimentos ambulatoriais funcionarão somente de segunda a quinta-feira das 14 às 18 horas.
Funcionamento do polo de saúde de Teresina será restrito; veja medidas - Foto: O Dia
Firmino elencou as mudanças: “Esse vai ser nosso novo normal. Não podemos ter demanda espontânea, casa especialidade médica poderá atender somente durante dois dias em modo presencial. Existe ainda a restrição na quantidade máxima de pacientes a serem atendidos nos intervalos de uma hora. Vamos restringir também a quantidade de trabalhadores que não deve passar dos 30% do quadro anterior”, explicou o prefeito.
Além disso, o paciente que buscar atendimento ambulatorial no polo de saúde de Teresina deverá comprovar residência no Piauí e a rede hospitalar da capital só aceitará pacientes de outros estados se eles vierem encaminhados pela central de regulação do SUS.
"Nós estamos fazendo nosso dever de casa, mas infelizmente do outro lado do rio, esse dever não foi feito com a eficiência necessária e não podemos ser responsabilizados pela falta de compromisso dos outros que não tiveram o mesmo rigor que estamos tendo aqui. Nossa capacidade hospitalar é pequena e qualquer aumento fora da curva vai inundar nossas UTIs. Temos que ter um senso de responsabilidade, um compromisso em relação à nossa população", disparou Firmino Filho.
Por: Maria Clara Estrêla