Um dia após anunciarem a deflagração de uma greve, os motoristas e cobradores de ônibus de Teresina interromperam o movimento paredista e retornaram aos seus postos de trabalho após a sinalização de acordo junto ao Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo (Setut). Os trabalhadores reivindicavam o pagamento integral dos salários, das férias e também a garantia de não demissão de funcionários por conta da crise do novo coronavírus.
Na noite de ontem (27), Fernando Feijão, presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Empresas de Transporte Rodoviário de Teresina (Sintetro), informou que as empresas deram a sinalização de negociarem individualmente com seus funcionários e apresentaram suas propostas. Mas, apesar disso, ele reiterou que a entidade vai seguir cobrando mais clareza quantos aos acordos, sobretudo no que respeita ao cumprimento da MP 936 que prevê a suspensão contratual temporária no lugar da demissão.
Motoristas pedem a não demissão de funcionários e o pagamento de salários atrasados e férias - Foto: O Dia
“Depois de análise do corpo jurídico e entendimento do MPT [Ministério Público do Trabalho], entendemos que neste acordo individual, nos termos que se encontra, não há renúncia de nada. A empresa continuará obrigada a cumprir os termos da MP 936. O ticket alimentação e o plano de saúde são conquistas históricas da categoria e as empresas devem respeitar. Mas neste momento, a propriedade é a garantia de pagamento aos trabalhadores, seja pelas empresas, seja pelo Governo, o mais rápido possível”, explicou Feijão.
Com a suspensão da greve, a frota de ônibus de Teresina deve voltar a funcionar nos seus 30% mínimo que já estava operando por conta da pandemia do novo coronavírus. A circulação dos coletivos está reduzida por decreto da Prefeitura dentro das normas do isolamento social.
Por: Maria Clara Estrêla