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Igreja Católica e devotos celebram a fé em Nossa Senhora de Fátima

Neste 13 de maio, fiéis lembram a primeira aparição da Virgem Maria aos pastorinhos, em 1917, nas colinas da Cova da Iria, em Portugal.

13/05/2020 11:06

O dia 13 de maio, no qual se celebra o dia de Nossa Senhora de Fátima, tem uma grande importância para a Igreja e devotos em todo o mundo. A data lembra a primeira aparição da Virgem Maria aos pastorinhos em 1917, nas colinas da Cova da Iria, em Portugal. Mesmo após 103 anos de sua revelação, Fátima continua presente na vida e história de milhares de pessoas, que veem em sua existência, a fé e a graça por estarem vivos.


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O padre Tony Batista, pároco da Igreja Nossa Senhora de Fátima, na zona Leste de Teresina, relembra como foi a aparição da Virgem, em que momento isso ocorreu e como a mensagem que ela deu aos pastorinhos reflete nos dias de hoje.

“Não é qualquer história de aparição que é verdade. É coisa muitíssimo rara, mas temos sim aparições, e Fátima apareceu no dia 13 de maio de 1917, em um domingo. Na época, Portugal estava com um governo anticlerical terrível, que massacrava e acabava com todos os cristãos e católicos, muito intransigente. Estávamos em guerra, era um sofrimento muito grande”, lembra o padre.


"Estávamos em guerra, era um sofrimento muito grande”, lembra o padre Tony Batista sobre a aparição de Nossa Senhora de Fátima - Foto: Arquivo O Dia

Segundo o pároco, naquele dia, todo mundo foi para a missa na matriz e quando voltaram depois do café, os três primos, os irmãos Francisco e a Jacinta, e Lúcia, que era a mais velha, pegaram o pequeno rebanho dos pais e foram para o pasto, até chegarem em uma propriedade deles chamada Cova da Iria, onde brincavam. Ao meio dia um trovão assustou as crianças, que começaram a juntar o rebanho, mas não deu tempo. Em uma azinheira, um pequeno arbusto, estava em pé aquela senhora de branco. Foi um verdadeiro espanto, mas ela logo acalmou as crianças.

“Só que apenas Lúcia teve o privilégio de ver e falar com Fátima, os outros apenas escutavam tudo, mas não viam, no primeiro momento. Isso foi um acontecimento muito grande. Ela pediu que eles voltassem lá todo dia 13 e ela apareceu seis vezes, até outubro, e começou também o grande sofrimento deles. Mas o mais importante foi a mensagem que ela deixou para nós. Pediu que se fizesse penitência, ou seja, para mudar de vida, deixando o esquema mundano que estão vivendo; rezar sem cessar pela conversão dos pecadores e rezar o terço. Foram recomendações simples”, pontua.

O padre Tony Batista lembra como é importante ver como Nossa Senhora de Fátima trouxe o recado para nós, naquele tempo de guerra, morte e sangue, com uma mensagem de paz e reconciliação, e que é tão bem aplicável aos dias de hoje, no qual as pessoas estão cada vez mais alheias ao próximo.

“Eu creio que é muito oportuno para hoje também, pois estamos em uma guerra onde o inimigo é invisível e o mundo, como nunca, precisa de conversão. Não devemos voltar ao normal, como éramos, pois nós não estávamos vivendo a humanidade, nós estávamos egoístas, imbecis, inimigos, cheios de ideologias, ninguém está mais vendo ninguém como irmão. Essa mensagem de Fátima é muito atual”, completa o padre Tony Batista.

Em Teresina existem quatro igrejas homenageando Nossa Senhora de Fátima, localizadas nos bairros Fátima, zona Leste da Capital, sendo esta a mais antiga da cidade; no Santa Fé, na Agricolândia e na Socopo.


A Igreja de Nossa Senhora de Fátima, no bairro de Fátima em Teresina, é uma homenagem à fé e devoção na santa - Foto: Jailson Soares/O Dia

E para celebrar este dia tão especial, serão realizadas missas na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, zona Leste, ao meio dia e às 18h desta terça-feira.

Devoção: o milagre da fé e da vida

A devoção por Nossa Senhora de Fátima é algo que passa de geração em geração na família da professora Maria Crislaiane de Almeida Silva (28). Ela, inclusive, pode ser considerada o milagre da fé e do amor à Virgem Maria, que atendeu ao clamor de uma mãe que pedia para gerar uma vida.

“Toda minha família materna é católica. Minha avó era muito devota de Nossa Senhora de Fátima e passou essa devoção para minha mãe, que tem um problema de saúde que não poderia ter filho. Ela queria muito ser mãe e ter uma filha, e quando casou tentou engravidar, mas não conseguia. Foi ao médico saber o que tinha e descobriu que tinha ovário policístico e que poderia fazer o tratamento para ficar boa e engravidar. Ela fez o tratamento por três anos e não conseguia engravidar e o médico disse que aquela era a última etapa e se ela não conseguisse não teria mais o que fazer”, conta Maria Crislaiane.


Maria Crislaiane ao centro com a avó Francisca (à esquerda) e a mãe Cristina (à direita) - Foto: Arquivo Pessoal

A professora explica que o tratamento até poderia dar certo, mas tinha 90% de chances da criança nascer com alguma deficiência, especialmente nos membros superiores ou inferiores. Foi então que sua mãe, dona Cristina, descobriu que estava grávida e passou a rezar e clamar para que seu filho nascesse com saúde. 

“Ela rezava bastante e fez uma promessa para Nossa Senhora de Fátima, que se o filho dela nascesse bem, com saúde, o nome dado seria Maria, em sua homenagem, e a criança seria batizada na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, aqui em Teresina. E minha mãe conta que sonhou que Nossa Senhora vinha e tirava um menino que só tinha uma perna da barriga dela e colocava minha bisavó, que já era falecida. E pouco depois ela descobriu, através de exames, que o bebê era uma menina e estava bem de saúde”, relata a professora.

Maria Crislaiane conta que foi batizada na Igreja Católica, mas não é praticante. Contudo, ela ainda se sente ligada à Nossa Senhora de Fátima, que também é sua madrinha de consagração.

“Quando estou triste é sempre com ela que que falo; quando estou feliz é para ela que eu agradeço. Hoje, 13 de maio, eu acordei muito emocionada lembrando da minha avó. Eu não vejo ela como uma santa, vejo como um espírito evoluído e que, de certa forma, ajuda a gente, realizando graças e me protegendo todos os dias. Eu sinto a energia e a presença dela”, fala emocionada.

Por: Isabela Lopes
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