Após o aumento no preço dos combustíveis, anunciado pela Petrobras nesta quinta-feira, 18, o Sindicato dos Postos Revendedores de Combustíveis do Piauí (Sindipostos-PI) divulgou uma nota de esclarecimento afirmando que a alta no preço da gasolina e do diesel, não é culpa dos donos de postos de combustíveis.
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Segundo o sindicato, os impostos são o grande vilão dos combustíveis. No Piauí, em média, o preço de um litro de gasolina contém aproximadamente:
- 45,7%: Custos do produto (gasolina + etanol)
- 13,7%: Impostos Federais (PIS/COFINS e CIDE)
- 31%: Impostos Estaduais (ICMS)
- 3,4%: Margem das Distribuidoras
- 6,2%: Margem bruta dos Postos
Além deste fator, existem diversos sistemas que influenciam na composição de preços dos combustíveis e que devem ser levados ao conhecimento da sociedade.
(Foto: Assis Fernandes/ O Dia)
"O preço do combustível na refinaria não é o preço final do combustível a ser vendido pelo Posto, tampouco tem relação direta com o preço final. É o preço do combustível puro, na refinaria, ou seja, este valor corresponde ao preço que a refinaria irá cobrar do combustível a ser vendido para as Distribuidoras. Ao receber o combustível, as distribuidoras fazem a adição dos biocombustíveis – 27% de etanol na gasolina e 12% de biodiesel no diesel. Posteriormente, as Distribuidoras vendem o combustível para os Postos, já cobrando o valor acrescido de impostos e dos custos de toda a cadeia de distribuição. Os Postos, portanto, atuam no último elo da cadeia, sendo dependentes dos preços cobrados pelas Distribuidoras", descreve o Sindipostos.
Nos últimos 60 dias, ou seja, o período compreendido entre 16 de dezembro de 2020 e 18 de fevereiro de 2021, a Petrobrás anunciou um total acumulado de reajustes de preços da gasolina nas refinarias de cerca de 43% .
Com o novo aumento médio nos preços da gasolina e do diesel em suas refinarias, chegaram a R$ 2,48 e R$ 2,58 por litro, respectivamente. Sendo assim, a partir desta sexta-feira,19, será aplicado um reajuste de R$ 0,23 para o litro da gasolina e de R$ 0,34 para o do diesel.
"Os Postos recebem o combustível já com todos os impostos diretos recolhidos e aplicadas as margens da Petrobras e dos distribuidores. Da sua margem bruta, elas precisam retirar todos os custos, como: salários de colaboradores, energia elétrica, IPTU, licenças ambientais, serviços agregados, entre outros. Cada empresa faz sua composição própria de custos que depende, entre outras coisas: do tipo de contrato que ela possui com uma distribuidora, ou se não o possui; do lugar onde ela está posicionada (que impacta no frete, IPTU, etc); dos serviços agregados; do seu número de empregados entre outros", explica o Sindipostos.
(Foto: Jailson Soares/ O Dia)
Mas porque o preço na refinaria sobe?
Vale lembrar que desde 2017 a Petrobras adotou uma política de paridade de preços com o mercado internacional de petróleo, isto significa que o preço dos combustíveis no Brasil irá seguir o preço do barril de petróleo no mercado internacional. Desta forma há dois fatores que terão relevância.
"De dezembro de 2020 até hoje, o barril de petróleo subiu mais de 34%. Em segundo ponto, o petróleo é cotado em dólar. Entre dezembro de 2020 até hoje, o dólar subiu mais de 8%", esclarece o Sindipostos.
Por fim, a categoria explica que o principal vilão do preço são os impostos, bem como a política de preços da Petrobras e que cabe ao Governo Federal buscar medidas de redução de impostos, assim como cumprir as promessas de fortalecimento da economia para evitar a desvalorização do real e, consequentemente, elevação do dólar.
"O mercado de distribuição de combustíveis no Brasil é extremamente concentrado, com mais de 70% do mercado centrado em 03 grandes distribuidoras, que controlam a precificação conforme seus interesses. Ou seja, quando há anúncio de elevação de preços pela Petrobras, imediatamente as Distribuidoras elevam os preços. Enquanto que quando há anúncio de redução, elas demoram para ser repassadas aos postos", conclui.