O comerciante Felipe Barros se desloca, todos os dias, de carro em direção ao Centro da cidade e comenta que o trecho pode se tornar perigoso para os desavisados. “Ao passar pela avenida, sempre tento reduzir a velocidade e todos os lavadores acham que estou procurando os seus serviços. Alguns chegam a entrar na frente do carro para me chamar. Penso que os próprios lavadores correm altos riscos, caso passe um veículo com mais velocidade”, alerta. 

Em decorrência do aglomerado de carros estacionados de forma irregular e perpendicular à calçada, os acidentes de trânsito se tornam frequentes no local. A dona de casa Francisca Alves da Silva argumenta que parte da via fica comprometida e prejudica o fluxo. “Acredito que isso aqui é um absurdo porque temos duas faixas, mas mal podemos utilizar uma delas por causa desses carros que ficam mal estacionados e alguns dele ainda colocam uns cones laranja que interceptam a pista”, reclama. 

O lavador de carros Antônio Sobrinho conta que, nos finais de semana, os serviços são mais procurados e esses riscos se potencializam. “Já cheguei a presenciar alguns acidentes; por isso, colocamos esses cones laranjas para que todos os motoristas reduzam a velocidade e tenham mais atenção. Esperamos que o pessoal responsável pelo trânsito tenha um olhar para essa situação também”, ressalta. 

Já o lavador Leonardo Sousa afirma que a concorrência é grande entre os que fazem esses serviços. “Alguns têm até rixa entre eles. Eu sou mais tranquilo e tenho boa relação com os meus clientes, que, a partir daí, mantêm a fidelidade. Acho que não tem necessidade de ficar indo no meio da rua acenando e gritando para chamar o cliente; para mim, isso aí faz é assustar o patrão, além do perigo de acidentes e atropelamento. Tem clientela para todo mundo e o que atrai mesmo é a gente fazer um serviço bem feito”, pondera. 

A Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito de Teresina (Strans) informou que, periodicamente, faz vistoria no local a fim de ordenar a ação dos lavadores de carro. Esse trabalho é feito pelos próprios agentes de trânsito do órgão que notificam as irregularidades, sendo a mais comum o estacionamento dos carros que deve ser de forma paralela à calçada. Caso os veículos fiquem estacionados de modo perpendicular à calçada, o ato é considerado invasão de espaço público e pode gerar notificações. 

Além disso, a Superintendência faz um trabalho educativo para evitar os transtornos na via e pede a colaboração e a conscientização de todos. Uma vez que as equipes vão ao local e ajustam os carros e o trabalho dos lavadores, mas logo depois o problema se repete.