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Maternidade Dona Evangelina Rosa continua interditada parcialmente

Segundo o diretor da instituição, a instituição já cumpriu mais de 90% dos requisitos solicitados pelo CRM.

27/06/2019 07:19

Após passar por interdição ética parcial em novembro de 2018 e, novamente, em abril de 2019, a Maternidade Dona Evangelina Rosa está conseguindo recuperação financeira e estrutural. Com 43 anos de funcionamento, o hospital começou a apresentar problemas como: falta de insumos e equipamentos médicos, como cateteres e sondas, falta de medicamentos, inclusive os de uso anestésico. 

Porém, segundo o diretor-geral da instituição, Francisco Macêdo, a situação está melhorando. “A maternidade vem melhorando a cada dia, na próxima semana estaremos entregando uma nova unidade Canguru com 19 leitos. Com essa inaugu ração, iremos dar condição a uma empresa da construção civil iniciar uma grande reforma na ‘ala D’, onde será contemplado com essa reforma a UTI materna, a UTI neonatal 2, assim dando uma melhor condição no atendimento da mãe e do bebê”, comenta. 

Além destes, outras alas serão recuperadas. “Nós conseguimos fazer equilíbrio financeiro da maternidade, ela está com débito zero, abastecida, com escalas de profissionais completas, reformas importantes sendo terminadas, algumas iniciadas e outras por iniciar”, explica o diretor.


Foto: Arquivo O Dia

 Francisco Macêdo ressalta que a interdição que houve em abril foi proposta pela administração da maternidade, para realizar a reforma do prédio. “Ela foi solicitada por nós, pela direção da casa, para que pudéssemos continuar com reformas e essa interdição deve estar terminando no final do mês de junho. E é claro com ela nos deu folêgo para que pudéssemos fazer as reformas, e esperamos que o Conselho de Medicina nos oriente como devemos fazer daqui pra frente”, relata. 

Interdição Ética 

Segundo informações do vice-presidente do CRM-PI, o médico Dagoberto da Silveira, a interdição que aconteceu em novembro de 2018 foi por causa do número de mortes de recém-nascidos na Evangelina Rosa, que dobrou somente de setembro a outubro. “Em setembro nós tivemos 14 mortes e em outubro esse número subiu para 29. Então, vemos que a unidade não tem condições de atender à população com o mínimo de dignidade que ela merece. Por isso, decidimos em plenária, aprovar a interdição ética parcial da maternidade”, explica. 

Mas, de acordo com o diretor da maternidade, a ação foi importante para o hospital se restabelecer, e que durante todo o processo atendeu aos pacientes com a mesma regularidade. “Com o próprio relato do Conselho de Medicina, nós atendemos mais de 90% das reformas necessárias elencadas por eles, algumas são obras de grande porte e os processos de licitações estão tramitando para que a gente possa implementar essas reformas”, afirma Macedo. 

Posicionamento do Conselho Regional de Medicina

Em contra partida, segundo a membra do Conselho Regional de Medicina (CRM-PI), Ana Cláudia Louçano, “a interdição da maternidade da Evangelina Rosa nos deu uma visão detalhada da assistência materno infantil do estado nos trabalhamos com informações colhida na própria regulação da maternidade e foi possível avaliar a qualidade dos serviços prestados pelos municípios”.

Sendo assim, a Maternidade Evangelina Rosa continua interditada, e entre os problemas elencados anteriormente, o principal de acordo com o CRM -PI é falta de estrutura adequada “estes são os requisitos de uma instituição de alta complexidade, a reforma de algumas alas como a B, foi comprometida porque o prédio não comportaria na sua estrutura, algumas enfermarias e piso com sérios problemas, o que suscita a possibilidade de acúmulo de poeira e atrair insetos, podendo gerar proliferação de bactérias causadoras de infecção hospitalar”, explica Ana Cláudia.

Ela ressalta que somente um prédio novo para atenderia as necessidades “por isso já houveram 3 interdições éticas seguidas, pelo CRM Piauí, desde a primeira em 20 de novembro passado”, descreve a conselheira.  Um dos problemas que também gerou as interdições de acordo com o CRM-PI, foram o atraso de pagamento de plantonistas. 

As interdições ainda não têm data definida para acabar, “o prazo dessa última interdição acabou, que era de 60 dias, pois a medida passou a vigorar em 24/04. Quando normalmente finda o prazo de uma interdição ética o CRM volta para nova vistoria detalhada. O que deve ser feito em breve. Mas por enquanto lá não está de portas abertas ainda”, pontua a membra.

A reunião plenária vai decidir na segunda-feira,01, se acaba a punição ou se faz uma nova- Interdição ética-, a ultima vistoria feita pelo CRM-PI na sexta-feira, 21.

Edição: Viviane Menegazzo
Por: Sandy Swamy
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