O projeto Música para Todos pode paralisar suas atividades este ano. É que a ONG está com salários, contas e até aluguel do prédio atrasado.

O diretor do projeto, professor Luís Sá, explica que o orçamento do projeto para 2015 foi de R$ 1,2 milhão. Entretanto, o Música para Todos recebeu recursos apenas do Siec (Sistema de Incentivo Estadual à Cultura), que liberou a quantia de R$ 600 mil para o projeto.

O projeto Música Para Todos atente a mais de três mil alunos (Foto: Reprodução/Instagram)

Luís conta que tem conversado com a Secretaria de Estado de Cultura do Piauí desde setembro em busca de recursos extras, mas sem resultado. A Secretaria pagou o valor que foi colocado pelo conselho do Siec, e assim não tem obrigação legal de ceder mais recursos para o projeto.

“Nós sabemos que a secretaria não nos deve nada. Mas nosso trabalho é sócio cultural, e está de acordo com as funções do estado ajudar”, disse o diretor do Música para Todos. “Eu preciso de R$1,2 milhão e eu espero que o governo me dê. Por que não temos alternativa para continuar aqui”, completa.

O deputado Fabio Novo explicou que, quando tomou posse da Secretaria de Estado de Cultura (antiga FUNDAC) em junho os acordos já estavam feitos, com R$ 600 mil aprovados para o Música para Todos. Ele argumenta que a verba de 2015 destinada para a cultura do estado soma R$ 4 milhões. “Desse dinheiro, a parte que vai para Teresina é de R$ 1,8 milhão. Se destinássemos o valor que eles pedem, seriam dois terços do orçamento para um projeto só”. 

O secretário afirma que o Estado é o maior patrocinador do projeto, e que tem feito sua parte. Fabio Novo conta que o valor de R$ 600 mil foi decidido pelo conselho do Siec. “Agora eles podem ir procurar outros parceiros para financiar o projeto, como a Prefeitura de Teresina, o Governo Federal ou até mesmo a iniciativa privada”, disse.

O projeto Música Para Todos atente a mais de três mil alunos gratuitamente, em cursos de música com diversos instrumentos, como violão, violino e guitarra. Ativo há 16 anos, o projeto extrapolou a sala de aula em diversas ações sociais, como os grupos de flauta desenvolvidos em bairros de Teresina, como Renascença e Piçarreira.

Edição: Nayara Felizardo