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No Piauí, 319 mulheres foram internadas no SUS para tratamento de varizes em 2022

De 2013 a 2022, 2.908 mulheres piauienses buscaram atendimento para tratar os sintomas e sinais das varizes

01/04/2023 16:00

No Piauí, 319 mulheres foram internadas no Sistema Único de Saúde (SUS) para tratamento de varizes no ano de 2022. Os dados foram divulgados pela Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), com informações do Ministério da Saúde.

Nos anos de 2020 e 2021, período em que ocorreu a pandemia da Covid-19, os números de internações caíram para 129 e 243, respectivamente. Para a SBACV, esses dados sinalizam que muitos casos represados durante a pandemia podem ainda não ter sido tratados. Em 2019, 350 mulheres foram internadas para realizar tratamento da doença. De 2013 a 2022, 2.908 mulheres piauienses buscaram atendimento para tratar os sintomas e sinais das varizes.

Dentre as regiões, o Nordeste aparece em terceiro lugar com o maior número de mulheres buscando atendimento para realização de tratamento de varizes. Em 2022, foram 5.338 atendimentos em 2022. A região perde apenas para o Sudeste (27.780) e Sul (9.597). Nos últimos 10 anos, 64.741 mulheres que residem na região Nordeste foram internadas para tratar a doença.

(Foto: Reprodução/Prefeitura Municipal de Itabuna)

Pandemia

Com 45,8 mil mulheres internadas por varizes em 2022, último ano sobre o qual foi possível obter registros consolidados de 12 meses, o banco de dados do SUS registrou um aumento de 103,4% em comparação ao ano anterior (2021), quando 22,5 mil mulheres foram internadas pelo problema na rede pública.

No entanto, embora esse dado indique uma onda de recuperação dos casos represados durante a pandemia, o poder público precisa se esforçar para atingir os níveis registrados antes da crise. Isso porque o último número registrado é 26% menor do que a média de procedimentos que vinha sendo registrada ao longo dos anos.

De 2013 a 2019, recorte da série histórica que não sofreu o impacto da covid-19, em média, 62 mil mulheres foram internadas a cada ano para tratamento da doença. A produção ambulatorial do primeiro ano pós crise (2022) é bem inferior à média registrada até 2019.

O apanhado revela que 2020 e 2021 foram os anos da série histórica com maior percentual de internações de caráter de urgência, em comparação ao número total de registros. Nesse período, 17% das internações não foram de caráter eletivo. Em todos os outros anos da série histórica, essa marca permaneceu abaixo dos 14%, como detalhado na tabela a seguir. O cenário sugere que muitas pacientes não contaram com suporte clínico e ambulatorial, tendo que recorrer ao atendimento emergencial em prontos-socorros devido à gravidade dos sinais e sintomas. 

Cenário nacional

No Brasil, mais de 529 mil brasileiras foram internadas para tratamento de varizes entre 2013 e 2022. O cálculo aponta que a cada hora, em média, seis mulheres são submetidas a cirurgias para tratamento do problema pela rede pública de saúde.

O acúmulo de internações registradas até dezembro de 2022 tem maior expressão nas regiões Sudeste e Sul, em números absolutos. A primeira, por exemplo, é responsável por mais de 56% de todas as notificações, com um montante de 297.097 mulheres submetidas a tratamento de varizes. Já no Sul, 120.524 mulheres foram internadas no mesmo período. Na sequência, vem a região Nordeste, com 64.741 registros; o Centro-Oeste, com 29.240; e o Norte, com 18.096. Na tabela abaixo, confira detalhes da série histórica por região.

Na comparação entre 2021 e 2022, o Brasil registrou um aumento de 103,4% na produção ambulatorial. No mesmo cálculo, a região que mais se destaca é o Sudeste, com aumento de 118%, seguida pelo Sul (116%); Centro-Oeste (73%); Nordeste (57%) e Norte (16%).

Doença

As varizes são veias dilatadas, tortuosas e alongadas nos membros inferiores. Devido às alterações, as veias se tornam visíveis e deixam de conduzir o sangue de forma adequada, causando dores, desconforto e sensação de cansaço nas pernas. A doença é causada, sobretudo, por questões hereditárias, mas o tratamento adequado pode reduzir os sintomas e evitar a progressão do problema para doenças mais complexas, como as úlceras de estase.

As varizes podem causar, além de sintomas como dor, sensação de peso, cansaço e queimação nas pernas, inchaço, sangramento, escurecimento da pele, flebites (que são tromboses venosas superficiais) e até mesmo elevar os riscos de desenvolver úlceras (feridas) em casos mais avançados. Mesmo que tenha a genética como o principal fator de risco, o aparecimento do problema pode estar associado também a outros fatores de risco como a obesidade, o sedentarismo, uso de medicações hormonais, atividade laboral, gestações e ao avanço da idade.

Embora seja um problema que não tem a idade como principal fator de risco, mulheres acima dos 40 anos estão 78% mais suscetíveis ao aparecimento de varizes. O levantamento revelou que pacientes com idades entre 50 e 59 anos concentram 28% dos casos, já mulheres com idades entre 40 e 49 anos são responsáveis por outros 27% dos registros.

Fonte: Com informações de SBACV
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