Foi divulgado nesta terça-feira (18) pelo Fórum Nacional de Segurança Pública o Atlas da Violência 2024. A publicação traz dados sobre o crescimento da violência no Brasil a partir de informações do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), e o Sistema de Informação de Agravos e Notificação do Ministério da Saúde. Os dados revelam que o Piauí registrou um aumento de quase 50% nas taxas de homicídio em dez anos.
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De acordo com o Atlas, o Piauí teve um crescimento de 47,9% no número de mortes violentas entre 2012 e 2022. Considerando as variações entre 2017 e 2022 (cinco anos), a taxa de mortalidade violenta no Estado subiu 25,5%. Isso colocou o Piauí como um dos dois estados brasileiros onde houve aumento da taxa de mortes violentas no período. Além do estado piauiense, Rondônia também apresentou aumento deste indicador (2,8%).
O Atlas apresenta ainda os números absolutos de mortes violentas com base nos dados do Sinam e do SIM. Os dados revelam que 2022 é considerado o ano mais violento no Piauí com relação aos homicídios. Naquele ano foram registrados 794 assassinatos. O ano com menos mortes foi 2012, quando o Estado contabilizou 528 mortes. O aumento, no período de dez anos (2012 a 2022) foi de 51,2%.
Houve, também, um aumento significativo na taxa de homicídio juvenil. O Atlas considera como homicídio juvenil o assassinato de pessoas entre 15 e 29 anos. No Piauí houve um crescimento de 64,6% neste indicador. Para efeito de comparação, o Estado da Bahia, que aparece em segundo lugar no aumento da taxa de homicídio juvenil, registrou quase três vezes o valor do Piauí (23,5%). A média, nos números absolutos, é de 200 a 400 mortes por ano, segundo o Atlas.
Já o número de homicídios de adolescentes cresceu 25% no Piauí de 2012 a 2022. O ano de 2014 é considerado o mais violento para os jovens entre 15 e 19 anos, quando 123 pessoas nesta faixa etária foram assassinados no Estado. A taxa de mortalidade entre os jovens naquele ano ficou em 39,9 casos a cada grupo de 100 mil habitantes.
Aumento dos homicídios está relacionada com crescimento das facções
O Atlas da Violência 2024 faz um destaque para o crescimento das facções criminosas no Brasil e o fato de elas estarem relacionadas com o aumento das taxas de mortes violentas, sobretudo nos grandes centros urbanos. A publicação menciona que “a partir de 2010, a disputa mais aguerrida por territórios e pelo controle do corredor do tráfico internacional e do narcotráfico entre as duas maiores facções do país e seus aliados regionais fez estourar uma intensa guerra nos anos de 2016 e 2017”.
Este movimento, segundo a publicação, explicaria o aumento das mortes violentas em determinadas regiões brasileiras, como o Norte e Nordeste.
O que diz a Segurança
A reportagem do Portalodia.com procurou a Secretaria de Segurança Pública do Piauí para comentar os dados do Atlas da Violência 2024. O órgão informou que não irá se pronunciar a respeito e disse apenas que se tratam de dados defasados, até o ano de 2022.
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