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Ônibus em Teresina: cerca de 400 trabalhadores foram demitidos durante a pandemia

Dado é do Sindicato dos Motoristas e Cobradores. No momento, Teresina tem 120 ônibus circulando e Strans diz que está cumprindo o decreto municipal.

14/09/2020 11:32

Cerca de 400 trabalhadores do transporte coletivo de Teresina foram demitidos durante a pandemia do novo coronavírus. É isto o que diz a estimativa feita pelo Sintetro (Sindicato dos Trabalhadores das Empresas de Transporte Rodoviário de Teresina). De acordo com a entidade, o número pode ser ainda maior, uma vez que muitos acordos foram feitos diretamente entre patrão e empregado, nas garagens sem passar pela representação de classe.

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"Muitos acordos de demissão incluíam o trabalhador abrir mão de 30% da rescisão, e receber apenas as férias retidas, se tiverem, e a compensação salarial. Algumas ações foram judicializadas e correm na Justiça do Trabalho, mas há outras onde patrão e empregado firmaram um acordo entre eles mesmos sem que o sindicato mediasse, o que dificulta termos um panorama mais exato de quantas demissões aconteceram de fato. Mas sabemos que esse valor gira em torno das 400, conforme a estimativa que já havíamos feito de início levando em consideração a crise", explicou Miguel Arcanjo, representante da diretoria do Sintetro.


Foto: O Dia

Vale lembrar que Teresina tem atualmente 120 ônibus circulando conforme a ordem de serviço encaminhada no último decreto municipal que autoriza a retomada do transporte coletivo da capital durante este período de pandemia. Segundo o Sintetro, cada veículo conta com quatro profissionais se revezando em escala, sendo dois motoristas e dois cobradores. Esses trabalhadores estariam exercendo função com redução de 70% na sua jornada de trabalho, conforme prevê a Medida Provisória 936, do Governo Federal.

Para garantir que haja ônibus, que a população não fique desassistida e que não haja superlotação nos veículos, a Strans Superintendência de Transportes e Trânsito) disse que sugeriu que o tempo de viagem seja reduzido. Em decreto municipal também está previsto que nenhum ônibus do transporte de Teresina pode circular com passageiros em pé. Agentes da Strans se encontram em quatro pontos da cidade durante a manhã fazendo esta fiscalização dos veículos. Em uma manhã, a Strans disse que registra uma média de 30 infrações.

O Portalodia.com procurou o Setut (Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Teresina) para se manifestar sobre a estimativa de demissões do Sintetro. Por meio de nota, a entidade disse que a redução no quadro operacional se fez necessária para diminuir os custos de operação e que para minimizar os comprometimentos operacionais que surgiram durante a pandemia.

De acordo com o Setut, ainda assim a redução no quadro operacional em Teresina é menor que a média nacional do setor e só chegou a 15% enquanto em outras cidades esse patamar se situa entre 30% e 40% de redução.

Confira nota do Setut na íntegra:

O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut) esclarece que a redução no quadro operacional  se fez necessária para diminuir custos de operação diante do acúmulo de passivo. Para minimizar comprometimentos operacionais que surgiram diante deste cenário e como forma de otimizar os serviços, as empresas colocaram em prática um plano emergencial de gestão de recursos para garantir a manutenção do atendimento aos usuários. Ainda assim, a capital piauiense encontra-se abaixo da média nacional do setor, quando se constata que o percentual de redução do quadro pessoal daqui, até o momento só chegou aos 15%, enquanto em diversas outras cidades do País, situam-se entre 30% e 40% de redução.

Por: Maria Clara Estrêla
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