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Ônibus em Teresina: número de passageiros cai 75% e setor diz viver pior crise

Em todo o Brasil, o setor acumula prejuízos de quase R$ 12 bilhões e sistema vive pior momento da crise agravada pelos efeitos do coronavírus, segundo a NTU

17/03/2021 10:19

Um ano após o início da pandemia, os sistemas de transporte público coletivo urbano de todo o país amargam prejuízos acumulados de R$ 11,75 bilhões devido à drástica redução das receitas decorrente da queda da demanda de passageiros. 


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A situação ameaça a continuidade dos serviços, mesmo com o retorno de algumas atividades econômicas. As informações foram apresentadas em um levantamento da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), com base em dados consolidados para capitais e regiões metropolitanas no período de março de 2020 a fevereiro de 2021.

Em Teresina, a situação, segundo o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (SETUT), não é diferente. Houve a queda de 75% no número de passageiros nos últimos meses, o que, consequentemente, ocasionou na redução da frota de ônibus em operação na cidade. 

A média anual de passageiros transportados pagantes em Teresina, no ano de 2010, era de pouco mais de 6 milhões (6.238.289). Uma década depois, esse número caiu para pouco mais de 2 milhões (2.292.814).

(Foto:Assis Fernandes/ O Dia)

Marcelino Lopes, vice-presidente do SETUT, ressalta que os efeitos da pandemia pioraram ainda mais esse cenário. "Houve um agravamento da crise financeira do setor, durante a pandemia de Covid-19. Antes das medidas restritivas dessa pandemia, haviam 400 ônibus para transportar 220 mil passagens/dia, o mínimo necessário para manter o equilíbrio do sistema.  Hoje está em operação uma frota de 220 ônibus (60% da usual), apenas transportando 50 mil passagens/dia (25% da usual)", disse.

Para a NTU, os dados reforçam a necessidade de derrubada do veto presidencial ao projeto de lei (PL) 3364/20, aprovado no final do ano passado, que estabelecia um auxílio emergencial de R$ 4 bilhões para apoiar sistemas de transportes públicos (ônibus, trens e metrôs) para cidades acima de 200 mil habitantes. “Esperamos que os parlamentares estejam atentos para a urgência e importância desse auxílio, fundamental para ajudar estados e municípios a reequilibrarem seus sistemas de transporte público”, afirma o presidente-executivo da NTU, Otávio Cunha.

O monitoramento realizado pela NTU aponta ainda que os impactos negativos da pandemia foram além dos prejuízos financeiros, como a realização de demissões em massa de trabalhadores, intensificação da quantidade de paralisações (greves, protestos e/ou manifestações), a insatisfação da população com a redução/interrupção da oferta de transporte público e também a incapacidade do pagamento de salários e benefícios por parte das empresas.

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