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O número de pacientes recuperados do novo coronavírus (Covid-19) continua a crescer no Brasil. Até esta segunda-feira (17), já são mais de 2,4 milhões de brasileiros que contraíram a doença e conseguiram se recuperar. Apesar disso, mesmo curadas, essas pessoas podem continuar transmitindo a doença, é o que alerta a infectologista Elna Amaral.
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Pessoas lotam rua em plena pandemia. (Foto: Mário Oliveira – SEMCOM/Fotos Públicas)
A infectologista aponta que, até o momento, as pesquisas científicas desenvolvidas ainda não conseguem garantir que pessoas curadas estejam imunes de contrair novamente o novo coronavírus. Mesmo aquelas pessoas que testaram negativo, após se curarem do vírus, podem voltar a contraí-lo passado o período de 90 dias.
“Não temos como dar a garantia que a pessoa não vai ter mais o vírus, porque nós ainda não sabemos a capacidade do vírus causar uma segunda infecção, seja pela manifestação da primeira infecção ainda em andamento, ou pelo fato da imunidade baixar e depois desse período a pessoa voltar a contrair o vírus e a transmiti-lo para outras pessoas.”, alerta.
Pesquisas realizadas a nível mundial apontam que, dentro de 90 dias após a primeira infecção pelo novo coronavírus, o paciente curado passa a adquirir uma imunidade ao vírus, seja por meio de anticorpos ou por imunidade celular. No entanto, passado esse período, o paciente não possui uma imunidade estendida, e a probabilidade de voltar a contrair a doença não é descartada pelos pesquisadores.
Além disso, mesmo que não venham a contrair a doença e a transmitam pelas vias respiratórias, pacientes curados podem ser vetores do vírus ao carrega-lo pelas roupas, sapatos ou até mesmo na própria pele. É o que explica a infectologista.
“Estar curada não exime a pessoa de transmitir o vírus para outros. Mesmo que esse paciente já tenha contraído o coronavírus e esteja curado, ele pode contaminar as mãos, as vestes e os sapatos e continuar sendo um transmissor em potencial, não só pelas vias respiratórias, mas pelo próprio contato”, destaca.
Por isso, as recomendações sobre os cuidados com o isolamento social, o uso de máscara, a higienização das mãos, sapatos e roupas, continuam sendo válidos mesmo para aquelas pessoas que já contraíram o novo coronavírus. “Essas pessoas podem ser contaminadas na rua e levar o vírus para dentro de casa”, finaliza Elna Amaral.