Os profissionais de Enfermagem dos setores público e privado do Piauí paralisaram suas atividades nesta quarta-feira (30). O protesto terá duração de 24 horas e foi anunciado no dia 21. A categoria reivindica a aprovação do Projeto de Lei (PL) 2564/2020 que tem por objetivo instituir o piso salarial nacional do Enfermeiro, do Técnico de Enfermagem, do Auxiliar de Enfermagem e da Parteira. Além disso, os trabalhadores também solicitam a regulamentação da jornada de trabalho.
(Fotos: Assis Fernandes/ODIA)
A manifestação teve início na Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) e seguiu até o Palácio de Karnak com carreatas e mobilizações. Apesar da paralisação, serão mantidos os serviços de urgência e unidade de terapia intensiva (UTI). Os demais setores de atendimentos seletivos e ambulatoriais contarão com 30% da equipe presente.
Segundo Erick Riccely, presidente do Sindicato dos Enfermeiros, Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do Estado do Piauí (Senatepi), a manifestação é um ato nacional que está ocorrendo em várias cidades do País, em busca de respeito e comprometimento por parte dos governantes.
“Todo dia existe uma pressão psicológica em cima dos profissionais e o Governo do Estado não respeita a gente desde 2012. Hoje, se a população recebe uma boa assistência, é porque tem uma enfermagem comprometida. Porém também precisamos de cuidados e isso não está acontecendo”, declara o presidente da entidade.
Erick Riccely afirma ainda que profissionais de outras categorias têm suas horas regularizadas e questiona o porquê de apenas os enfermeiros não terem sua jornada regulamentada. “Os médicos já têm a sua jornada de 20 horas regulamentada. Fisioterapia, psicologia, serviço social e nutrição, todos são 30 horas. Enquanto isso, as equipes de enfermagem dormem no hospital, e praticamente moram no hospital”, conclui.
A manifestação reuniu diversos profissionais que reivindicam o reconhecimento do seu trabalho. De acordo com Laiane Santos, profissional de Enfermagem presente no protesto, eles não estão em busca de aplausos, mas sim da valorização da categoria. “Essa mobilização é para pressionar os governantes e mostrar a nossa valorização. Queremos a aprovação da nossa PL, que assegura um piso salarial nacional. Também estamos buscando o nosso direito de trabalhar 30 horas semanais, além de um salário digno”, afirma Laiane.