O Piauí subiu mais uma posição em um ranking preocupante. O Estado agora é o quarto do Brasil na quantidade de focos de incêndio em vegetação, segundo apontam os dados do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). De 01 a 18 de outubro, o Piauí já contabiliza 2.728 focos de queimada, um número 65% maior que todo o contabilizado no mesmo período de setembro. É como se surgissem 155 novos focos a cada dia e pelo menos seis a cada hora no Estado.
No acumulado do ano, o Piauí já soma 7.280 focos de queimada em área de vegetação, ocupando a sétima posição em ocorrências do tipo no ranking nacional. Embora seja alto, o número ainda é 11% menor que os 8.142 focos registrados ao longo mesmo período de 2019. Excetuando-se 2019 e 2018, 2020 já se torna um dos anos mais críticos para as ocorrências de incêndio na mata no Estado.
Piauí é o quarto estado brasileiro com a maior quantidade de queimadas em outubro - Foto: Jailson Soares/O Dia
Para se ter uma ideia da gravidade da situação, somente no sábado (17), o Piauí registrou 280 focos de queimada, um aumento de 400% em relação à sexta (16). Ontem (18), foram 16 novos focos. Somando-se os últimos cinco dias, o Estado acumulou 502 ocorrências de fogo na mata. A situação mais crítica se concentra nos municípios de Canto do Buriti, com 201 focos e Baixa Grande do Ribeiro, com 141 focos.
Estado inteiro sob risco de fogo
O mapa do Piauí aparece todo em vermelho no monitoramento em tempo real por satélite do INPE, indicando situação propícia para incêndios em todo seu território. São altas temperaturas, baixa umidade do ar e ventos fortes que ajudam o fogo a se espalhar mais rapidamente e o que era somente um foco se transformar em vários.
Foto: Jailson Soares/O Dia
A região Sul do Piauí é a mais crítica, conforme aponta o Instituto. Por ter área de mata mais vasta e densa, as ocorrências de chamas na vegetação se tornam mais frequentes. Os trabalhados as brigadas de incêndio dos Bombeiros chega a durar de cinco a dez dias dependendo da situação até que o fogo seja controlado. E os profissionais muitas vezes dependem da população dos municípios atingidos para serem guiados.
“Temos o apoio de diversos órgãos e dos moradores nativos dessas regiões. Um incêndio florestal requer conhecimento da área e em alguns casos o veículo do Corpo de Bombeiros não tem acesso ao local, então depende de quem conhece a região guiar nossas equipes e ajudar nesse trabalho. Tem que haver colaboração e um conhecimento prévio dos riscos”, sintetiza o coronel José Veloso, porta-voz do Corpo de Bombeiros do Piauí.
Por: Maria Clara Estrêla