Na semana passada, Teresina saiu da lista de capitais brasileiras com risco de surto de dengue, conforme informou a Fundação Municipal de Saúde (FMS). Mas no interior do estado a situação não é tão animadora quanto na capital quando se analisa a incidência das doenças transmitidas pelo aedes aegypti.
De acordo com o superintendente de Atenção Primária da Secretaria de Saúde do Piauí (Sesapi), Herlon Guimarães, há municípios piauienses com um índice de infestação do mosquito de 14,2%.
Para se ter uma ideia da gravidade da situação, a Sesapi considera que o município possui baixo risco quando tem índices de infestação menores que 1%; quando o percentual fica entre 1% e 4%, a cidade apresenta risco médio; e acima dos 4% já é considerado risco elevado.
Sesapi alerta que gestões municipais e a população precisam reforçar ações para acabar com focos do mosquito (Foto: Assis Fernandes / O DIA)
Isto implica dizer que nas cidades onde há índice de infestação na casa dos 10% a situação é considerada grave. A Superintendência de Atenção Primária não informou quais são os municípios que estão nesta situação, mas disse que eles estão localizados em diferentes regiões do Piauí.
“Precisamos ter um cuidado diário com municípios com um índice desses. É preciso que gestores e a população entendam que medidas de prevenção são importantes e a própria secretaria está monitorando, sendo vigilante em relação a esse indicador para que, juntos, possamos diminuir cada vez mais esses números”, explica Herlon Guimarães.
O superintendente acrescenta ainda que o fato de o Piauí ter registrado fortes chuvas no começo do ano, aliado ao ciclo de vida do aedes aegypti, demandou ainda mais atenção, sendo necessária a elaboração de um plano de ação ainda mais eficaz por parte do poder público.
De acordo com Herlon, o estado deve permanecer pelas próximas seis semanas num cenário crítico de infestação pelo mosquito.
Vale lembrar que o Piauí, segundo a Sesapi, já chegou a ter até 100 municípios alertados pela administração pública para intensificarem os trabalhos educativos, preventivos e de vigilância por conta do risco de infestação de Aedes aegypti. “O trabalho educativo é de extrema importância, porque 80% dos casos estão no ambiente doméstico. E é importante também lembrar que o mosquito não pode mais nem ser chamado só de ‘mosquito da dengue’, já que ele transmite outras doenças além dessa. Estamos há pouco mais de 30 anos com esse problema e precisamos diminuir esse números. É questão de saúde pública”, finaliza Herlon.
Por: Maria Clara Estrêla