O projeto “Direitos Humanos de Quilombolas: construindo uma comunidade forte em Sussuarana do Piauí” foi lançado nesta quinta-feira (17), no Palácio de Karnak, durante a visita da cônsul-geral dos Estados Unidos.
O projeto é financiado pelo Alumni Engagement Innovation Fund – AEIF (Fundo de Inovação de Engajamento de Alumni), com o apoio do Consulado Geral dos EUA no Recife, sob a coordenação de Raimundo Souza, professor Formador do Centro de Formação Antonino Freire, e atual presidente da USBEA-PI, o grupo de Alumni do Piauí, tendo como objetivo contribuir para a conscientização dos direitos humanos dos quilombolas de Sussuarana, através de workshops nas áreas: direitos humanos e políticas públicas; liderança; e preservação da história da comunidade. As oficinas serão realizadas de 25 de novembro de 2022 a 8 de janeiro de 2023.
O ativista em direitos humanos, Raimundo Sousa, destacou que o Projeto visa despertar o que há de melhor nas pessoas e o olhar para a dignidade. “Trabalhamos com a proposta de empoderamento e liderança juvenil, trabalhando a tradição e a história dos quilombolas, fazendo com que eles fortaleçam a identidade de quilombolas para que a história deles se perpetuem. Somos uma rede de amantes de direitos humanos que querem fazer que os direitos humanos sejam uma realidade nessas comunidades. Nessa caminhada vamos usar também recursos como as redes sociais para que eles possam se orgulhar das pessoas que são. Nós vemos a tecnologia como uma forma de mostrar o dia a dia e principalmente a cultura e queremos que eles tenham orgulho de ser quem são. Pensando a realidade que estão e o que eles querem para o futuro, lutando pela história e a tradição deles”, enfatizou.
Foto: Divulgação
A quilombola e representante da comunidade Sussuarana, Irismar Soares, afirmou que o projeto só tem a contribuir com a identidade e valorização da comunidade. “Esse é um reconhecimento e a valorização das pessoas e dos povos negros, que vivem no campo e que muitas vezes são discriminados. A partir desse projeto acredito que teremos uma comunidade que se orgulha ainda mais do seu povo e que sabe quais são os seus direitos. Isso é muito importante para todos, em especial para a juventude que muitas vezes tem vergonha da sua cor, que mudar o seu jeito por que não encontra referências na sociedade”, destacou.
Na oportunidade a governadora Regina Sousa enfatizou que esse projeto é mais uma parceria com o consulado americano, que também já realiza outros projetos no Piauí a exemplo do intecâmbio de professores que vão aos Estados Unidos aperfeiçoar o inglês. “Esse projeto de direitos humanos e educação é muito importante por que ele possibilita os jovens pensarem no futuro. E essa é uma bandeira que eu defendo, que as comunidades tenham a possibilidade de produzir e gerar renda. Temos trabalhado muito nas comunidades e é uma obsessão minha que as comunidades possam se sustentar com o seu trabalho, sem a espera terrível pela cesta básica, com a dignidade de produzir seu alimento/sustento. Esse é o nosso objetivo que casa muito bem com esse projeto e que deve casar com os novos projetos que pretendemos que novas parcerias possam nascer junto ao consulado”, comentou.
A consul americana destacou que no Piauí há muitas áreas de interesse em comum, com projetos na área da segurança, da educação e que há planos de ampliar para as áreas de energias renováveis. “Para nós é muito importante o tema de equidade, diversidade, inclusão e acessibilidade ligando também a área de direitos humanos e por isso combinamos com o a governadora lançar juntas esse projeto que é focado na comunidade quilombola, que deve ensinar os jovens a serem protagonistas de seu próprio futuro, reconhecendo os seus direitos e exercitando esses direitos. E ajudar a lidar com as adversidades, com os desafios e procurar um futuro com mais oportunidades. Estou muito animada para ver os resultados desse projeto”, disse Jessica Simon.