O período chuvoso já começou oficialmente no Piauí e com ele, as preocupações típicas desta época do ano: cheia dos rios e pontos de alagamento e de desabamento dentro dos grandes aglomerados urbanos são termos comuns quando o volume de precipitação se torna maior e mais intenso.

Ao Norte do Piauí, mais precisamente na região de Barras, as autoridades já estão entrando em alerta. Isto porque o Rio Pedrinhas, que banha aquela área, atingiu nesta quinta-feira (25) sua cota de atenção, ou seja, quando as águas sobem a um nível considerado de preocupação para o risco de transbordamento.

^{Foto: Reprodução/Whatsapp}

Os dados do Serviço Geológico Nacional (CPRM) apontam que ontem, por volta das 11h45min, o nível do Rio Pedrinhas estava em 3,3 metros. No final da manhã de hoje (26), ele já estava em 3,4 metros. A cota de atenção dele é de 3,2 metros, ou seja, o Rio Pedrinhas já se encontra 20 centímetros acima de seu nível ideal.

E a situação não deve se amenizar tão cedo. É que segundo a previsão de consenso para o próximo trimestre (março, abril e maio), divulgada hoje (26) pelos principais órgãos de meteorologia brasileiros, o Norte do Piauí deverá ter mais chuva nos próximos dias. Isso, por conta da condição de anormalidade da temporada, que faz com que os sistemas promotores de chuva estejam posicionados mais ao norte de sua posição climatológica.

Quem explica é o climatologista Werton Costa. “Graças à condição de La Niña, essas chuvas deverão ser intensificadas em toda a faixa norte do Estado do Rio Grande do Norte até o Estado de Roraima. Então tem muita chuva prevista e vai impactar basicamente as bacias do Rio Longá e do Rio Poti, com muitas reverberações no litoral piauiense e médio Parnaíba”, discorre Werton.

Cimatologista Werton Costa explica as chuvas de março no Piauí - Foto: Elias Fontinele/O Dia

Ele frisa ainda que tem chovido muito no Ceará, então a faixa do Alto Poti está recebendo uma quantidade extra de chuva e isso tenderá a se intensificar no mês de março. A situação deve ter consequências aqui em Teresina e é justamente no sentido de evitar eventuais desastres causados pela alta nas precipitações e no nível dos rios, que o climatologista Werton Costa pediu uma reunião com a Defesa Civil.

^{Rio Poti, em Teresina, em época de cheia - Foto: Assis Fernandes/O Dia}

“Conversei com o órgão para fazermos uma reunião com o CPRM para nos prepararmos para essa possibilidade de aumento do volume do Poti até a segunda quinzena de março”, disse Werton.

Conforme aponta o monitoramento em tempo real do CPRM, o Rio Poti em Teresina se encontra dentro de seu nível normal tendo atingido, suas águas, 3,32 metros no final da manhã desta sexta-feira (26). A cota de atenção do Poti na capital é em 8 metros, ou seja, o rio se encontra ainda a quase 5 metros de chegar a um patamar mais preocupante.