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Trabalho escravo: 117 piauienses são resgatados em Minas Gerais e Goiás

Os trabalhadores chegavam a ter que pagar pelos colchões e, aqueles que não tinham condições, dormiam em redes ou mesmo no chão

21/03/2023 17:17

Um total de 117 piauienses foi resgatado em regime análogo às de escravidão nos municípios de Araporã, em Minas Gerais, e Itumbiara e Edeia, em Goiás. Os trabalhadores atuavam em serviços em usinas de álcool e na produção de cana de açúcar e foram descobertos durante uma fiscalização do Grupo Móvel de Combate ao Trabalho Escravo do Ministério Público do Trabalho. 

Segundo o MPT, foram 212 trabalhares de origem de diversos estados (Piauí, Maranhão, Rio Grande do Norte e Bahia) encontrados nesses locais. Dentre as irregularidades descobertas, havia a cobrança pelos aluguéis dos barracos usados como alojamentos, o não fornecimento de alimentação e cobrança pelo fornecimento de ferramentas de trabalho pelos empregadores. 

A fiscalização constatou que não havia instalações sanitárias nas frentes de trabalho, fornecimento de equipamentos adequados de proteção e a aplicação de agrotóxicos ocorria nas áreas onde os trabalhadores estavam. Os trabalhadores também chegavam a ter que pagar pelos colchões e, aqueles que não tinham condições, dormiam em redes ou mesmo no chão forrado com um pedaço de pano, ou papelão. Muitos deles comiam a metade da marmita no café da manhã, já que não tinham outra coisa para comer.

Foto: Divulgação / MPT

“Infelizmente, são muitos os piauienses que são traficados para outros estados, ludibriados com falsas promessas de bons salários, bons alojamentos e boa alimentação, contudo, ao chegarem o destino, descobrem que foram enganados, que, além de salários bem abaixo dos prometidos, as condições de trabalho são absolutamente degradantes”, disse o Procurador-chefe do MPT no Piauí, Edno Moura.

Os trabalhadores resgatados terão direito a receber três parcelas do seguro-desemprego. A Polícia Federal também instaurou inquérito policial para apurar a prática do crime de submissão de trabalhadores a condições análogas à de escravo. Os empregadores que assumiram a responsabilidade pelos trabalhadores resgatados e concordaram em realizar os pagamentos das verbas rescisórias, que alcançaram R$ 2,57 milhões, acrescido de 50% desse valor como dano moral individual, totalizando R$3,855 milhões. 

Fonte: Com informações do MPT
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