Cerca de 22 famílias que sofreram com a tragédia do Parque Rodoviário que ocorreu no dia 4 de abril de 2019, na zona Sul de Teresina, ainda continuam sem casa própria. De acordo com a Prefeitura de Teresina, a construção das 63 unidades habitacionais no terreno do antigo Clube da Telemar, devem iniciar ainda esta semana, mas só deverá ser concluída em seis meses, quando as casas serão finalmente entregues aos moradores.

^{Foto: Assis Fernandes/O Dia}

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A equipe do PortalODia.com foi até o Parque Rodoviário para acompanhar o início das obras, mas encontrou um local com entulhos, mato alto e a comunidade indignada com a situação. “A cada dia que passa a gente vai ficando mais triste, porque perdemos tudo, nossos bens materiais, o nosso passado como: fotos e objetos que herdamos de avós que têm valores sentimentais”, diz o taxista Agnelo Mendes.

Agnelo Mendes, a esposa e a filha moram atualmente em uma quitinete com três cômodos, no bairro Ininga. A família recebe da Prefeitura de Teresina, o aluguel solidário no valor R$ 300,00, e ainda é preciso complementar o valor para pagar a quitinete.

Agnelo Mendes perdeu a casa, o carro e seus bens, e hoje mora em uma quitinete com a família - Foto: Assis Fernandes/O Dia

Outras famílias, que assim como a de Agnelo, foram atingidas há um ano e oito meses pela tragédia, estão na casa de famílias acolhedoras. “A prefeitura paga um valor do aluguel e eles recebem cesta básica no CRAS. Mas nada justifica a demora, sabemos que existe muita burocracia, porém a demora deixa as pessoas angustiadas, porque tem que esperar pela prefeitura e a ansiedade da comunidade está grande”, afirma Rosângela Machado, presidente da Associação de Moradores do Parque Rodoviário.

Rosangela Machado conta ainda que pela manhã uma equipe da SDU foi o local, mas somente para ver área de construção da unidade habitacional.

^{Rosângela Machado aponta o local onde as obras devem começar - Foto: Assis Fernandes/O Dia}

Obras devem começar ainda esta semana, diz SDU

Ao todo, serão construídas 63 unidades habitacionais no terreno onde funcionava o antigo clube da Telemar. A área foi desapropriada justamente para receber as novas casas das famílias atingidas pela tragédia do Parque Rodoviário ocorrida em abril de 2019. Ao todo, 82 residências foram destruídas pela enxurrada. Desta, 12 foram totalmente reconstruídas e 48 estão sendo reformadas. Outras 22 famílias receberão novas casas.

Foi assinada hoje (14) a ordem de serviço para início da construção das 63 residências. Além das unidades habitacionais, há também um projeto de urbanização do Parque Rodoviário que contará com praças, ciclovias, trilha e academia popular. “A expectativa para execução da obra é de 180 dias, começando da ordem de serviço que deve ter sido emitida hoje. A empresa que venceu a licitação já esteve no local na última sexta-feira e já nos encontramos hoje de manhã para começar a mobilização para o serviço”, explicou o superintende da SDU Sul, Paulo Roberto Nonato.

A obra foi orçada em R$ 2,7 milhões oriundos de recursos próprios do Município de Teresina.

Paulo Roberto Nonato, superintendente da SDU Sul - Foto: Assis Fernandes/O Dia

Relembre o caso

Uma enxurrada de lama surpreendeu os moradores do Parque Rodoviário, em abril de 2019, o rompimento de um muro por conta das fortes chuvas, atingiu a população da região, arrastando casas e deixando diversas pessoas feridas e duas mortos. De acordo com a Defesa Civil, a água percorreu cerca de 1 km até chegar nas residências. 

 O muro pertencia ao clube da Telemar , que estava desativado, com o grande volume de chuva em dias anteriores e na noite da tragédia, o muro de contenção não suportou a pressão e rompeu, provocando uma onda de lama.

Com a enxurrada, cerca de 50 imóveis foram destruídos. A correnteza também arruinou veículos, móveis e matou animais de estimação dos moradores. Atualmente, das 82 casas atingidas pelas águas no dia da tragédia, 12 foram totalmente reconstruídas e 48 estão sendo reformadas. Outras 22 famílias foram removidas e receberão as novas residências.

Por: Sandy Swamy e Maria Clara Estrêla