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Vacina contra a covid-19: saiba o que é verdade e o que é mito

Epidemiologista tira as principais dúvidas sobre a imunização contra a covid-19.

18/12/2020 11:32

Desde que se iniciou a discussão sobre a vacinação contra a covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, diversas informações sobre a vacina circulam pela internet, em especial pelas redes sociais. Por isso, a reportagem do O Dia entrevistou a médica epidemiologista Amparo Salmito, especialista na área, para esclarecer o que é verdade e o que é mito sobre a imunização contra a covid.

Médica epidemiologista Amparo Salmito. (Foto: Arquivo O Dia)

A vacina contra a COVID-19 é segura?

Uma das principais dúvidas da população sobre a vacina contra a covid-19 é a segurança. A epidemiologista Amparo Salmito, garante que vacinas como as de Oxford, Pfizer, Coronavac e Moderna, são seguras. Ela lembra que o processo de criação das vacinas envolve o profissionalismo e a responsabilidade de pesquisadores gabaritados e a avaliação criteriosa de diversas entidades para atestar a segurança do imunizante.

“Se as vacinas não fossem de qualidade, não estariam sendo aplicadas em caráter emergencial em países como França, Estados Unidos e Reino Unido. O Instituto Butatan, por exemplo, que está produzindo a Coronavac, tem uma história de mais de 100 anos produzindo soros e vacinas contra doenças”, frisa.

Foto: Lisa Ferdinando

A vacina contra a covid-19 tem efeitos colaterais?

Assim como diversos medicamentos e até mesmo vacinas para outras doenças, a vacina contra a covid-19 pode, sim, ter efeitos colaterais. No entanto, a epidemiologista atesta que as vacinas aprovadas não apresentam nenhum efeito colateral sério. Algumas possuem contraindicações que são verificadas através de questionários aplicados às pessoas que estão na fila esperando a imunização.

“Acontece com toda e qualquer vacina, às vezes você pode ter uma intolerância, como febre, mas jamais para fazer duvidar do poder da vacina. O que acontece é que as vacinas têm as suas recomendações, como a vacina da Pfizer, por exemplo, que  não deve ser tomada por quem tem algum problema sério de alergia. Por isso, iremos aplicar um questionário para saber se a pessoa que irá tomar a vacina tem algum fenômeno alérgico e, se tiver, poderá tomar outra vacina com um componente diferente”, explica.

A vacina contra a covid-19 pode matar?

“Isso é uma Fake News. Não há registro de nenhum óbito causado pela vacina”, destaca Amparo Salmito. Segundo ela, o que pode causar a morte é a própria covid-19. Por isso, é importante que as pessoas percam o medo de se imunizarem.

"As pessoas deviam ter mais medo da doença do que da vacina"

“As pessoas deviam ter mais medo da doença do que da vacina, mas o que vemos é que as pessoas não estão com medo porque o número de casos aumentou desde que fizemos a abertura. Sem as vacinas, a humanidade já teria sucumbido, tivemos doenças, como a gripe espanhola, por exemplo, que matou metade do mundo”, diz.

Foto: Scott Heins / Gabinete do Governador Andrew M. Cuomo

A vacina pode causar outras doenças ou mudar o DNA?

A epidemiologista Amparo Salmito é categórica ao afirmar que é impossível que a vacina mude o DNA de uma pessoa. “Isso é impossível, ninguém pode mudar o DNA de uma pessoa, nem para o bem e nem para o mal”, destaca. Quanto a contaminação por outras doenças causadas pela vacina, a médica desmente a informação e declara que a vacina tem apenas uma função: imunizar contra a covid-19.

Quem não é do grupo de risco precisa tomar a vacina?

Sobre essa questão, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu ontem (17) que a obrigatoriedade da vacina vale para todos os cidadãos brasileiros e que, ela pode ser adotada por medidas indiretas, como multa, impedimento de frequentar determinados lugares, fazer matrícula em escola, entre outras.

"Sou da área da Saúde e aconselho todos a se vacinarem"

“É uma recomendação que todos se vacinem. Eu, com certeza, irei tomar. Sou da área da Saúde e aconselho todos a se vacinarem. Meus parentes todos vão ser vacinados. O nosso problema é ter condição e capacidade de ofertar vacina para todos. Os laboratórios têm uma capacidade limitada de produção. O Brasil tem 220 milhões de habitantes, mas não existem laboratórios que tenham a capacidade de produção, em curto espaço de tempo, de 220 milhões de doses”, alerta.

Como funciona o estudo clínico das vacinas contra a covid-19?

Segundo o Instituto Butatan, o estudo clínico de uma vacina envolve quatro fases: na primeira é realizado o primeiro estudo em seres humanos e tem como objetivo principal demonstrar a segurança da vacina; na segunda fase visa estabelecer a imunogenicidade da vacina, ou seja, a capacidade da substância provocar uma resposta imune, como o desenvolvimento de anticorpos; a terceira fase de estudo tem por objetivo mostrar a eficácia da vacina; na quarta e última fase a vacina é disponibilizada para a população.

"Cerca de 1.200 vacinas estão em andamento no mundo. Dessas, 52 estão na terceira fase de estudo clínico. Quando a gente começar a vacinar, as pessoas estarão protegidas e a mortalidade pela covid vai cair. Pedimos que a população se resguarde e vamos iniciar a vacinação", conclui.

Por: Nathalia Amaral
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