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Violência contra mulher: com aumento de 11% dos casos, Piauí terá laboratório para estudo

O laboratório vai coletar dados que possam servir de base para a implementação de políticas públicas

08/08/2022 13:16

Foi lançado, na manhã desta segunda-feira (08), em solenidade no Palácio de Karnak, o laboratório de Estudos da Violência contra a mulher no Piauí, o Elas Vivas Lab. O novo centro de pesquisa é uma das ações do Governo do Piauí para tentar barrar o aumento da violência contra a mulher no estado. De acordo com o secretário de Segurança Pública, o coronel Rubens Pereira, o Piauí teve um aumento de 11% dos casos em um ano.

O laboratório vai coletar dados que possam servir de base para a implementação de políticas públicas que ajudem no combate à violência feminina. O “Elas Vivas Lab” será localizado na sede da Coordenadoria de Estado de Políticas para as Mulheres do Estado do Piauí (CEPM), órgão que terá parceria com a Secretaria de Segurança Pública para o estudo e análise dos dados. É o que explica Malena Alves, assessora técnica da CEPM.

Fotos: Assis Fernandes/ODIA

 “O laboratório vai ser feito através de uma cooperação técnica entre a Segurança Pública e a Coordenadoria de Estado. Vamos ter acesso a esse banco de dados que a SSP já tem e vai ser um laboratório de estudo permanente para podermos visualizar de forma mais clara como acontece a violência contra a mulher no Piauí. Por exemplo, territórios em que ocorrem mais casos de violência contra a mulher, mais feminicídio, e, a partir disso, começar a pensar como fazer e aprimorar mais políticas públicas para essas mulheres”, esclarece.

Para o secretário de Segurança Pública, o coronel Rubens Pereira, os dados colhidos pela SSP podem apontar para os outros órgãos as motivações para as violências sofridas pelas mulheres no estado e, com isso, transformar os dados coletados em política de prevenção. 

“O que nós queremos, o cenário ideal, é que as mulheres não sofram violências. Por isso, precisamos fazer políticas de prevenção nas escolas e universidades. O que estamos formando é uma rede integrada de estudos dessa violência, para que isso se transforme em uma rede de prevenção”, afirma.

De acordo com o secretário, o Piauí figura em segundo lugar no ranking nacional na qualidade da coleta de dados de violência. “No ano passado, tivemos um aumento de 11% da violência contra mulher. Esse é um dado importante porque aliado a isso temos o estado do Piauí que figura como o segundo estado em qualidade da coleta de dados. Apesar de todo o enfrentamento que estamos fazendo desde 2015 para cá, estamos ainda com esse indicador que não é positivo”, avalia.

A governadora Regina Sousa participou do lançamento do laboratório e destacou a importância da unificação dos dados da violência contra a mulher entre os órgãos do estado. “[O laboratório] vai reunir dados consistentes, porque vai ser uma coisa única que todo mundo vai contribuir, e não vamos ter dados diferenciados como temos hoje. No Brasil todo não temos dados consistentes. Tendo uma ferramenta dessas, as pessoas vão olhar e dizer quais dados estão faltando e, a partir disso, ter um banco de dados mais eficiente”, destaca a governadora Regina Sousa.

Segundo ela, a violência contra a mulher não é apenas um problema de segurança pública, mas também deve ser um tema abordado na educação das crianças. “Segurança pública é importante, mas mais importante é a educação das pessoas, começando pelas crianças. Criança que cresce falando da não violência, ela não vai ser violenta. Mas se ela presencia essa violência em casa com o pai ou com a mãe, ela vai achar aquilo natural e vai querer fazer aquilo quando crescer. Temos que educar as crianças para a não violência, para daqui a 20 anos termos uma geração saudável, uma geração que não pense em matar mulher”, finaliza.

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