Na manhã desta
segunda-feira (14), professores da rede municipal de ensino realizaram
manifestação em frente à Câmara Municipal de Teresina para reivindicar o
pagamento linear do reajuste no piso salarial do magistério. Segundo a
categoria, a informação de que a Prefeitura Municipal de Teresina iria conceder
um reajuste acima do piso nacional é falaciosa, já que apenas os professores da
Classe Auxiliar VI receberão o reajuste de 33,23%, o que em Teresina
representa apenas 15 profissionais. Para os demais professores, o aumento será
de até 10%.
Foto: Tarcio Cruz/O Dia
O coordenador-geral do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Teresina (Sindserm), Sinésio Soares, revelou que o projeto entregue hoje pelo secretário municipal de Educação, Nouga Cardoso, na Câmara Municipal de Teresina sequer foi apresentado à categoria. Vale lembrar que os servidores da rede municipal de ensino deflagraram greve geral no último dia 07 de fevereiro.
Foto: Tarcio Cruz/O Dia
“A gente acha um absurdo que o prefeito esteja escondendo esse projeto do reajuste do piso. Estamos exigindo que seja mostrado para o sindicato e, se estiver dentro da lei, a gente volta ao trabalho no dia seguinte. Existe condição plena de conceder o reajuste da lei federal, falta a vontade política. Não sei o que querem fazer com esse dinheiro, o dinheiro pertence ao magistério, pertence à educação”, afirmou.
Além da apresentação do documento aos professores, o Sindserm também quer a realização de uma audiência pública para apresentar os argumentos favoráveis ao reajuste linear do magistério, conforme a portaria do Governo Federal, que eleva de R$ 2.886 para R$ 3.845 o piso salarial nacional para profissionais com formação em magistério em nível médio - vinculados a instituições de ensino infantil, fundamental e médio das redes federal, estadual e municipal.
O presidente da Câmara, o vereador Jeová Alencar (MDB), confirmou a entrega do projeto pela Prefeitura. “Já temos o conhecimento de que o piso será de R$ 4.400, acima do piso nacional que é de R$ 3.800, e a gente fica feliz de saber que estamos à frente até do Governo Federal”, defendeu.
A reportagem do O DIA procurou a Secretaria Municipal de Educação (SEMEC), que informou que não irá se pronunciar sobre a denúncia.
CPI dos livros
Outra reivindicação do Sindserm é a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a compra de 100 mil exemplares do livro “Teresina Educativa” no valor de R$ 6,5 milhões. A denúncia partiu dos próprios professores e resultou no bloqueio do valor milionário nas contas da empresa Editora BP Comércio e Serviço de Edição de Livros LTDA e a suspensão do uso dos livros na rede municipal.
“O sindicato fez uma denúncia no Tribunal de Contas e a Justiça já mandou bloquear os R$ 6,5 milhões. Vai ficar só nisso? Não! Queremos saber de quem é a responsabilidade”, completou.