O vice-prefeito de Teresina e secretário de Governo, Jeová Alencar, afirmou que a dificuldade de acesso a documentos durante o processo de transição contribuiu para a identificação tardia do rombo de R$ 3 bilhões nas contas públicas do município. Segundo ele, a nova gestão liderada por Sílvio Mendes (União Brasil) enfrentou entraves para obter as informações necessárias ainda em 2024, o que impediu uma análise prévia do cenário orçamentário. As declarações foram dadas ao PortalODia.com nesta segunda-feira (12).

Jeová destacou que a comissão de transição, sob sua liderança, só teve acesso a documentos essenciais após a posse do novo governo, no dia 1º de janeiro deste ano.
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“Primeiro que nós tivemos dificuldades de ter acesso a documentos, então nós só tivemos acesso às documentações após assumirmos o mandato agora primeiro de janeiro. Diante das dificuldades que teve a comissão, por isso que foi necessário a gente começar a fazer esse estudo já de posse das documentações”, declarou.
Diante do déficit bilionário, a Prefeitura de Teresina analisa alternativas para conter gastos, o que pode incluir cortes em investimentos e até a extinção de algumas pastas administrativas.
“A gente vai apresentar para o prefeito algumas alternativas, que cabe a ele anunciar, porque ele é o prefeito e ele é quem vai dizer, o que que ele entende e nesse momento é o vai ser preciso fazer”, disse o vice-prefeito.
Ao ser questionado sobre quais áreas podem ser impactadas, Jeová foi cauteloso, mas reconheceu que o maior desafio está na Fundação Municipal de Saúde (FMS), que acumula um déficit de quase R$ 400 milhões.
“A FMS é um local que a gente não pode cortar nada porque tudo é urgente. Então, é muito difícil a situação, mas pode ter certeza que está sendo encarada com muita responsabilidade, com muita questão técnica, nada de política, questão técnica mesmo. A cidade precisa nesse momento desse olhar de todos os gestores. O prefeito está muito preocupado, mas pode ter certeza que a gente vai resolver”, explicou.
Participação na gestão anterior
Jeová Alencar também comentou sobre sua atuação na gestão passada, sob o comando do ex-prefeito Dr. Pessoa (PRD). Ele foi superintendente da antiga SAAD Sul (hoje SDU Sul) por dez meses. Segundo ele, sua atuação teve foco em obras e desenvolvimento, e não havia, à época, qualquer indício de desequilíbrio financeiro nas contas públicas.
“O Dr. Pessoa recebeu a Prefeitura com 1 bilhão de reais de investimentos deixados pelo prefeito Firmino Filho. Nós demos todo o suporte necessário, não só o Jeová, mas toda a Câmara Municipal de Teresina, para que o prefeito pudesse fazer o seu trabalho. Eu estive apenas dez meses à frente da SDU Sul, quando fizemos as obras. Lá não deixamos nada atrasado e nesses últimos anos foi onde o prefeito, realmente, a gente viu que teve esse descompasso”, concluiu.
O ex- secretário de Planejamento de Teresina João Henrique e coordenador do governo de transição foi procurado por esta reportagem e informou que está aguardando o relatório detalhado da gestão do prefeito Silvio Mendes, pois disse que é necessário saber este número, pois foi incluído no déficit da prefeitura valores de empréstimos realizados, um feito junto ao Banco do Brasil de 500 milhões e outro pelo BRB de 100 milhões.
Ainda disse que quando o Dr. Pessoa assumiu a gestão, já haviam déficits na Fundação Municipal de Saúde (FMS), tendo comentado ainda sobre o nível da prefeitura em operações bancárias. “Quando o Pessoa chegou na prefeitura a prefeitura estava na letra C, que permite realizar operações bancárias, foi realizada na gestão do Dr. Pessoa deixando na letra B”, declarou.
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