Um bebê de um ano identificado pelas iniciais D.M morreu na madrugada desta quinta-feira (10) em Teresina em um abrigo de venezuelanos localizado na zona Norte. O menino era naturalizado brasileiro, porque nasceu no Brasil, mas filho de pais venezuelanos e vivia no abrigo Poti Velho.
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Por volta das 3h da madrugada de hoje (10), o IML foi acionado para comparecer ao local. Segundo informou o órgão, a criança apresentava sintomas gripais, febre alta e vômito. A equipe do abrigo chegou a chamar o SAMU, mas quando a ambulância chegou ao local, o bebê já havia morrido. O corpo foi encaminhado ao IML, mas por se tratar de morte aparentemente natural, foi levado para o Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), no Hospital Getúlio Vargas.
A principal suspeita é de que o bebê tenha morrido em decorrência de uma pneumonia. A criança havia nascido no Estado do Pará e fazia cerca de um mês que havia chegado a Teresina com os pais, onde vivia no abrigo Poti Velho. Os pais do bebê são da etnia Warao, segundo explicou Luciana Fontes, assessora de Proteção Cáritas, serviço social que faz o acompanhamento dos imigrantes venezuelanos junto aos abrigos em Teresina.

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Para ela, a morte do bebê de um ano reflete a ausência de políticas públicas específicas para a população de imigrantes na capital. “Não são só indígenas Warao, mas uma população de imigrantes refugiados e apátridas que vivem aqui desde 2019. Então precisa de atenção do poder público, porque dentro da capital temos vários serviços da rede de atenção à saúde, mas existem especificidades, a questão da nacionalidade. E estas ausências geram estes ocorridos. Com a morte deste bebê são mais de 20 óbitos desde 2019 na capital entre os venezuelanos”, diz Luciana.

O corpo do bebê foi levado para o SVO do HGV pelo IML, que fez o recolhimento do corpo ainda na madrugada. No próprio Instituto ficou constatado que o óbito se deu por causas naturais, segundo informou o agente Franklin, do IML.
A Prefeitura, por meio da Semcaspi, lamentou o ocorrido e disse que está dando todo o suporte para que a criança tenha um sepultamento digno e a família receba o apoio necessário. Assessor do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), Patrício Guilherme falou à reportagem do Portalodia.com e explicou como funcionam as políticas públicas voltadas para os imigrantes.
“Ela passa pelos três entes: o Federal, o Estadual e o Municipal. Cada um deles tem uma responsabilidade e nós, como Prefeitura, fazemos nosso dever de casa. Temos acompanhamento desta população através da inscrição no CadÚnico. Elas são cadastradas para receber o Bolsa Família e o Auxílio Gás e fazemos as entregas dos alimentos. Por estarem no CadÚnico, estas crianças precisam ir para a escola e tem também o acompanhamento através das Unidades Básicas de Saúde”, explica.

Após a liberação do corpo, a família do bebê vai receber caixão e os materiais de velório do Plantão Funerário da Prefeitura. O enterro será no Cemitério Santa Mônica.
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