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Quadrilha desviava auxílio emergencial e aplicava golpes na Caixa no Piauí e Maranhão

Operação Bazófia visa desarticular as ações de criminosos que acessavam as contas de beneficiários do Auxílio para efetuar pagamentos de boletos bancários, esvaziando os recursos das vítimas.

28/11/2024 às 09h00

28/11/2024 às 09h00

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (28) a Operação Bazófia que tem o objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada em fraudes envolvendo Auxílio Emergencial e operações bancárias eletrônicas contra a Caixa Econômica Federal, além de outras práticas ilícitas que seguem em apuração. Até o fechamento desta reportagem, já foram presas 11 pessoas; sendo 10 em Teresina e uma em Bacabal, no Maranhão. Três estão foragidos.

Quadrilha desviava auxílio emergencial e aplicava golpes na Caixa no Piauí e Maranhão - (Agência Brasil/Caixa) Agência Brasil/Caixa
Quadrilha desviava auxílio emergencial e aplicava golpes na Caixa no Piauí e Maranhão

De acordo com as investigações, que duraram cerca de dois anos, os membros da organização acessavam as contas de beneficiários do Auxílio Emergencial - direto do “escritório do crime”, uma casa alugada com oito profissionais trabalhando - para efetuar pagamentos de boletos bancários, esvaziando assim os recursos das vítimas. Os valores desviados eram transferidos por meio de várias transações para outras contas, até serem direcionados a contas de "laranjas", utilizadas para saques ou depósitos. Há indícios de que os investigados também praticavam outras fraudes bancárias e faziam uso de outros benefícios sociais do governo.

Segundo o delegado Eduardo Monteiro, chefe da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos da Polícia Federal no Piauí, mais de dois mil chips encontrados estavam associados ao grupo criminoso. “Eles tomavam conta de um chip de celular, cadastravam em nome da vítima e acessavam o aplicativo ‘Caixa Tem’ e passavam a pagar boletos com o valor que era depositado naquela conta. E os boletos eram depositados na conta dos investigados; não chegavam diretamente”, explicou o delegado Eduardo Monteiro.

Delegado Eduardo Monteiro, da PF no Piauí. - (Victor Costa / O DIA) Victor Costa / O DIA
Delegado Eduardo Monteiro, da PF no Piauí.

Foi identificado um esquema de lavagem de dinheiro, operado por meio de empresas de fachada, no qual os recursos eram empregados na aquisição de bens com o objetivo de disfarçar sua origem ilícita. O valor do prejuízo causado pela organização criminosa ainda está sendo apurado, devido à complexidade do esquema e à variedade de fraudes identificadas, que incluem não apenas crimes relacionados ao Auxílio Emergencial.

Dentre os presos, está um policial militar do Maranhão, que não teve a identidade revelada pela PF. Segundo o delegado Eduardo Monteiro, o pai e o irmão dele também estavam envolvidos na ação criminosa. “Eles estão envolvidos na lavagem de dinheiro, não nos golpes contra os beneficiários. Porque receberam muito dinheiro das fraudes e faziam a lavagem do dinheiro. Eles moram em Teresina, mas o PM trabalha no Maranhão”, detalhou o delegado.

Polícia Federal desarticula grupo criminosos que desviava benefícios do Auxílio Emergencial - (Divulgação / Polícia Federal - PI) Divulgação / Polícia Federal - PI
Polícia Federal desarticula grupo criminosos que desviava benefícios do Auxílio Emergencial

No entanto, a Polícia Federal afirma que os valores desviados são expressivos, com base no padrão de vida ostentado pelos investigados e nos veículos de luxo utilizados pelos membros da organização. Os jovens possuem idade entre 20 a 40 anos de idade que apresentavam um alto padrão de vida, que não condizia com a ausência de renda lícita.

Os investigados poderão responder pelos crimes de organização criminosa, furto qualificado, lavagem de dinheiro e invasão de dispositivo eletrônico, além de outros que venham a ser constatados no decorrer do processo investigativo.

A Operação Bazófia foi deflagrada dentro do bojo da Operação Não Seja um Laranja, promovida pela Polícia Federal em âmbito nacional, e seu nome provém da ostentação demonstrada pelos investigados em suas redes sociais.  Todas as ordens judiciais foram expedidas pela 1ª Vara Federal da Seção Judiciária do Piauí.


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