"Um dia estava conversando com meus colegas de trabalho sobre o fato de as músicas dos anos 80 terem um som único. E veio na cabeça essa ideia de botar a banda do Michael Bolton para tocar com o Justin Bieber", explica Shen ao G1, citando o americano que vendeu mais de 50 milhões de discos com seu soft rock para lá de ameno.
Shen diz que ouve do saxofonista de jazz Charlie Parker à estrela pop barraqueira Miley Cyrus. E qualquer desses artistas podem cair em suas mãos para versões que tentam, segundo ele, tirar os artistas de seus contextos originais.
Por enquanto, as recriações mais compartilhadas foram as versões oitentistas de "What do you mean?" e "Love yourself", de Bieber. Mas o propósito, veja bem, não é ficar só em "Purpose". "Provavelmente, não vou trabalhar só com a voz de Justin Bieber, porque eu recebo muitos pedidos para versões de outros artistas. E gosto de variar também. É possível fazer com qualquer música. É impossível fazer que o som fique bom todas as vezes".
Há ressalvas, é claro. Para Shen, a voz de Bieber na maioria das gravações é sussurrada demais. "Não é tão penetrante quanto a do Michael Bolton. Então, tive que compensar um pouco, tentando destacar mais a voz e ainda fazendo se 'encaixar' na mixagem", explica o produtor, que toca instrumentos como teclado e saxofone nas versões.
O negócio demanda muitas horas de estúdio: as novas versões reaproveitam apenas a voz do cantor, sem as batidas feitas pelos produtores Skrillex e Diplo. "Gasto muito do meu tempo, porque baladas exigem muito mais atenção aos detalhes", resume.