No Piauí, menos da metade das pessoas que tomaram a primeira dose da vacina contra a Dengue retornaram para tomar a segunda dose. O dado foi revelado pelo Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI) nesta terça-feira (24). Em todo o Estado, 19,6 mil pessoas receberam a primeira dose do imunizante contra a Dengue, mas só pouco mais de 6,6 mil pessoas retornaram para a dose de reforço. O Piauí recebeu 45,4 mil doses do Ministério da Saúde.
O Piauí seguiu a tendência do Brasil, que também registrou como um todo um baixo retorno da vacinação em segunda dose contra a dengue. Em todo o país, 2,2 milhões de pessoas se imunizaram com a primeira dose da vacina contra a sengue, mas só 636 mil voltaram para receber a dose de reforço.
O esquema vacinal contra a dengue requer um intervalo de três meses entre as duas doses. A população precisa ficar atenta à caderneta de vacinação para garantir a imunização completa. “A vacinação é uma das inovações para enfrentar a dengue, que em 2024 aumentou em todo mundo, sobretudo devido às mudanças climáticas. Para ter proteção contra casos graves e hospitalizações por dengue, o público-alvo precisa tomar duas doses do imunizante incorporado de forma inédita ao SUS”, diz o Ministério da Saúde em nota.
O público, em 2024, é composto por crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que concentra o maior número de hospitalização por dengue, depois de pessoas idosas, grupo para o qual a vacina não foi liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, alerta para a necessidade de se vacinar. “Dentro da faixa etária indicada pelo laboratório para receber a vacina, selecionamos o intervalo com maior número de hospitalizações por dengue no Brasil. Contudo, esse público tem uma adesão menor, justamente por não ser uma idade que frequenta os serviços de saúde rotineiramente. Por isso, os pais e responsáveis precisam levar as crianças e adolescentes para se vacinar. É um ato de amor e de responsabilidade”, destaca.
Os critérios para a definição dos municípios escolhidos para receber as doses da vacina foram definidos seguindo as recomendações da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI) e da OMS. As vacinas serão destinadas a regiões de saúde com municípios de grande porte com alta transmissão nos últimos dez anos e população residente igual ou maior a 100 mil habitantes, levando também em conta altas taxas nos últimos meses.
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Combate ao mosquito
O Ministério da Saúde reforça que, embora o imunizante contribua para frear o avanço da doença, ainda não é a ferramenta mais eficaz no seu enfrentamento, dada a capacidade de produção do laboratório fornecedor que não é suficiente para atender à demanda do Brasil.
Por isso, além das ações realizada pelos agentes de saúde, a população deve fazer a sua parte:
- Use de telas nas janelas e repelentes em áreas de reconhecida transmissão;
- Remova recipientes nos domicílios que possam se transformar em criadouros de mosquitos;
- Vede reservatórios e caixas de água;
- Desobstrua calhas, lajes e ralos;
- Participe da fiscalização das ações de prevenção e controle da dengue executadas pelo SUS.
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