O proprietário da Timon City, Ramon Alves, argumentou que uma das principais razões para a paralisação das atividades do transporte público entre as cidades de Timon e Teresina foi em razão do não repasse das gratuidades, o que, segundo ele, inviabilizou a continuidade dos serviços.
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Em entrevista ao O DIA, Ramon afirmou que a problemática foi anunciada há pelo menos 45 dias, por meio de uma notificação ao Consórcio Intermunicipal de Mobilidade Urbana (CIMU), responsável por administrar o transporte público entre os dois municípios. Entretanto, ele argumentou que mesmo após a notificação ao consórcio competente nada foi feito.
“A viabilidade econômica chegou a zero, praticamente. Ou seja, a demanda de clientes pagantes não está suprindo a necessidade para os ônibus rodarem. Passageiros têm muito, mas tem muita gratuidade”, explicou.
Na ocasião, o empresário informou que 27 categorias se beneficiam com a gratuidade no transporte público entre as cidades. Isso corresponde, segundo ele, a 70% dos usuários, com uma média mensal de 8 mil pessoas que utilizam do modal. “O déficit mensal da empresa sem o pagamento dos subsídios necessários para arcar com as gratuidades chegou a quase R$ 200 mil. Chegou um momento em que não deu mais como manter. Isso estava descapitalizando nosso grupo”, argumentou.
Outro motivo apontado pelo proprietário da empresa Timon City para a paralisação do transporte público tem relação com o sentimento de insegurança. Ele relatou que o fator também foi decisivo para a tomada de decisão.
“Por mais que a gente tenha um aplicativo muito evoluído para que o cliente saiba o momento que sai o ônibus, mesmo com isso o usuário tem problema de sair da casa dele até a parada por conta dos assaltos”, justificou ao dizer sobre a diminuição de usuários no sistema de transporte público.
Apesar do imbróglio, o empresário destacou esperar que as partes envolvidas se resolvam e o sistema volte a ser operacionalizado. “Essa paralisação é por tempo indeterminado até resolver o problema, até quando for tomado posição sobre a segurança e ver essa questão de incentivar”, concluiu.
Outro lado
De acordo com o diretor do Consórcio Intermunicipal de Mobilidade Urbana (CIMU), João Batista Lima, ao receber o comunicado da empresa, o consórcio se colocou à disposição para tentar solucionar o problema.
“Estivemos em Brasília, em uma reunião com a ANTT , para informar essas dificuldades. Nós também nos colocamos à disposição da empresa e estamos abertos ao diálogo. Não estamos medindo esforços para impedir essa paralisação", esclareceu.
A reportagem do O DIA também entrou em contato com a Prefeitura de Teresina acerca da citação do empresário Ramon Alves sobre a falta de auxílio da gestão teresinense. Por sua vez, a prefeitura informou que o imbróglio não envolve a administração da cidade e que a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) não possui nenhum contrato vigente com a empresa Timon City.
Confira o posicionamento na íntegra:
“Essa questão do transporte público intermunicipal, e em outro estado, não envolve a Prefeitura de Teresina, pois se trata de um outro Estado e outro município, envolve a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o Consórcio Intermunicipal de Mobilidade Urbana de Timon (CIMU) e a Prefeitura Municipal de Timon, responsável pela mobilidade urbana da população da cidade de Timon no Estado do Maranhão. A STRANS não possui nenhum contrato vigente com a empresa de transportes públicos que opera na cidade de Timon no Estado do Maranhão”.