Uma motocicleta cujo próprio velocímetro determina que a velocidade máxima só chega a 100 km/h foi flagrada em um radar fixo, localizado no quilômetro 12 da BR-343, transitando a 172 km/h. O local na Avenida Pinheiro Machado, em Parnaíba, é de intenso movimento de veículos e circulação de pedestres por conta de um supermercado nas proximidades.
O condutor do veículo, Sávio Jeferson, procurou a imprensa de Parnaíba depois que a moto foi apreendida em uma blitz. Ele reclama que mesmo com o veículo estando agora com todas as taxas pagas, a multa no valor de R$ 800, que segundo ele é injusta, o impede de obter a documentação e retirar o veículo do pátio onde encontra-se retido.
A suposta falha no funcionamento do radar não estaria acontecendo apenas no quilômetro 12 da rodovia e nem prejudicou somente Sávio Jeferson. Em outro ponto da BR que liga Parnaíba ao município de Luís Correia, na altura do quilômetro 6,900, o número de infrações autuadas é tanto que as pessoas que se sentem lesadas criaram um grupo de WhatsApp para se unir e buscar soluções para a questão. A dificuldade de conseguir falar com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Tráfego (DNIT) é um dos pontos mais reclamados.
Por telefone, a reportagem entrou em contato com a sede do DNIT em Teresina, órgão que administra os radares das rodovias. O engenheiro Francisco Leal disse que o departamento tem conhecimento da falha apresentada. Ele relata ainda que o problema está sendo solucionado e que as multas irregulares devem ser canceladas ao final do procedimento. Todavia, alerta que quem desejar pode recorrer da autuação até mesmo pelo próprio site.
Em agosto do ano passado, o presidente da república Jair Bolsonaro determinou a retirada de todos os radares existentes em rodovias do país. A alegação é de que haveria “uma indústria da multa” causando transtornos aos motoristas brasileiros. A decisão, no entanto, foi barrada por decisão da justiça e os equipamentos voltaram a ser utilizados normalmente.
Fonte: Daniel SantosEdição: Calixto Dias