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Polícia investiga cliente que exigiu que comida não fosse feita por “negra e lésbica”

Boletim de ocorrência foi feito pela vítima em Parnaíba; polícia tentou contato com o cliente

17/03/2022 12:37

A Polícia Civil de Parnaíba está investigando um caso de preconceito racial e homofobia, em Parnaíba, no litoral do Estado, em que um cliente exigiu que o hambúrguer dele não fosse feito por uma cozinheira “negra e lésbica”. Nas mensagens enviadas, ele diz que a funcionária “não é do meu agrado”. A vítima, a cozinheira e chapeira Joelma Figueiredo prestou depoimento nesta quinta-feira (17) e fez um boletim de ocorrência.

(Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Após o registro da ocorrência, os investigadores tentaram entrar em contato com o número de telefone onde o cliente teria feito os insultos racistas e homofóbicos, mas o contato já havia apagado a conta de Whatsapp. “Eu estava registrando o B.O e o rapaz que estava me atendendo tentou ligar para o tal número, mas ninguém atendia. Tentaram mandar mensagem pelo whatsapp, mas ele apagou a conta dele. E tentamos ligar para a operadora de telefonia, para buscarmos informações sobre essa pessoa”, disse a vítima Joelma.

(Foto: Joelma Figueiredo)

“A Operadora Claro informou que não poderia repassar os dados, e que só daria as informações com uma Ordem Judicial. Vamos ter que esperar uma ordem judicial para tentarmos encontrar o dono da conta”, complementou a chapeira.

OAB Subsecional de Parnaíba entrou no caso e acompanhou a vítima na denúncia, com a advogada Mayara Portela. Em uma nota de repúdio divulgada pela presidência da entidade, a Ordem ressalta que a Lesbofobia e Racismo são condutas tipificadas como crime em nosso ordenamento jurídico. E que atitudes dessa natureza são completamente incompatíveis, e absolutamente inaceitáveis no seio de nossa sociedade.


Entenda o caso

Um cliente da hamburgueria “Alien's Burguer”, enviou uma mensagem no whatsapp de atendimento dos pedidos do estabelecimento, pedindo para que o hambúrguer dele não fosse feito por uma cozinheira “negra e lésbica”. Nas mensagens enviadas, ele diz que a funcionária “não é do meu agrado”. Nas mensagens, ele diz que havia comido no estabelecimento dias antes ao ocorrido e pergunta se o pedido poderia ser feito por outra pessoa, porque quando esteve no estabelecimento o lanche foi feito por uma pessoa que não seria do agrado dele.

A atendente do local rebate o cliente e diz:

“tipos de clientes como você, não fazemos a mínima questão em nosso estabelecimento. Que o senhor fique sabendo que a “negra e lésbica” é a melhor chapeira da cidade. Pessoas preconceituosas como você não queremos aqui”.

Ele continuou: 

“Eu sei, mas sou cliente e devo dar minha opinião e sou sim preconceituoso e racista. E acho que vcs não devem botar esse tipo de gente pra trabalhar”. 

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