O estudante que foi agredido junto ao namorado em Parnaíba, litoral do Piauí, sofreu uma fratura parcial no cotovelo e deve ficar afastado de suas atividades por pelo menos 60 dias. A informação consta em laudo médico obtido pelo PortalODia.com nesta quarta (04).
O caso aconteceu na última sexta (29), em um bar da cidade. O autor do crime é um estudante de medicina de 32 anos.
Em vídeo divulgado nas redes sociais, uma das vítimas relata que está sendo amparada por amigos e familiares e pede justiça pelo caso.
“Nossa sorte é que temos uma rede de apoio. Outros casos como esse ficam impunes, pessoas de classe média que acham que têm esse poder de xingar, humilhar e maltratar. É uma sensação de impotência, você se pergunta o porquê que acontece isso. A gente quer justiça, vamos lutar por justiça, não só pela gente, mas por todos os gays”, relata.
Conforme informações da polícia, o estudante de medicina teria feito ataques homofóbicos e agredido o casal com socos e empurrões. Em depoimento, o estudante negou que tenha se tratado de homofobia, mas confirmou que provocou a lesão corporal.
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Após a agressão, uma das vítimas ficou desorientada e caiu no chão. O segurança do bar conseguiu controlar o agressor para evitar que mais golpes fossem desferidos contra as vítimas. O casal foi até a delegacia e registrou um boletim de ocorrência.
Com a repercussão do caso, a Polícia Civil do Piauí abriu inquérito para investigar um homem que publicou um comentário defendendo a agressão praticada. Na publicação o homem diz a agressão foi correta e que se fosse ele [o autor das agressões], faria pior.
O Código Penal Brasileiro prevê que quem fizer, publicamente, apologia a um fato criminoso ou de autor de crime será punido com detenção, que pode variar de três a seis meses, ou multa. Caso a apologia seja feita em meios de comunicação, a pena pode ser aumentada em até um terço.
Além disso, recentemente, o Supremo Tribunal Federal (STF) equiparou as ofensas contra pessoas LGBTQIAPN+ ao crime de injúria racial. A pena é de dois a cinco anos de prisão.
O caso continua sendo investigado e a polícia tem até 30 dias para concluir o inquérito.