Os estudantes da Universidade Federal do Piauí (UFPI) se reuniram na manhã desta segunda-feira (27) em uma manifestação pedindo por mais segurança no campus Ministro Petrônio Portella, em Teresina. Na semana passada, uma onda de assaltos assustou a comunidade universitária. Bandidos armados fizeram arrastões nas paradas de ônibus e levaram mais de 40 celulares de alunos e funcionários que aguardavam pelos coletivos.
Os estudantes afirmam que o campus precisa de uma segurança mais efetiva e cobram do poder público a disponibilização de mais ônibus nas linhas para a UFPI de modo que o tempo de espera e de exposição nas paradas sejam reduzidos. A questão da iluminação também é outro problema. Os alunos relatam que à noite há trechos escuros e isolados dentro do campus nos quais o transporte público evita passar, o que torna quem estuda nesses locais ainda mais vulneráveis à ação de criminosos.
Foto: Gustavo Mendes/O Dia
O estudante de Ciências da Natureza, João Marcelo Rodrigues, relata que a situação é ainda mais delicada para quem estuda do Centro de Ciências da Natureza 2 (CCN2) e no Centro de Tecnologia (CT). “A segurança que tem aqui é patrimonial, não está aqui para proteger o aluno, mas para proteger a UFPI e os prédios da UFPI. Não é disso que a gente precisa. Obviamente que é importante para manter a integridade da universidade, mas o aluno precisa se sentir seguro porque dentro do campus a gente se sente a salvo. Principalmente nas área do CCN 2 e do CT, que são mais afastadas e escuras”, explica.
Foto: Divulgação/UFPI
João Marcelo reclama também da quantidade de ônibus que circula pelo campus da UFPI em Teresina. Para ele, o número ainda é insuficiente para atender à demanda, o que resulta em mais tempo de espera nas paradas e mais vulnerabilidade, principalmente nos horários de menor movimento na universidade. Ele conta que estuda até as 22h todos os dias e que a espera por um coletivo dura até meia hora.
“Eu moro no Mocambinho. Na parada, fico até 22h30 e para chegar em casa, é só lá pelas 23h. Enfrento risco aqui e na parada da Praça do Fripisa, onde faço a integração pro meu bairro. Fora que quando desço lá, ainda tem outro risco. Eu vou e volto todo dia da universidade com medo de ser assaltado”, finaliza João Marcelo.
Outra que também relata a insegurança no campus de Teresina da UFPI é a estudante Anny Karoline de Souza. Ela diz que costumava esperar o ônibus na parada em frente ao seu centro de estudo, mas agora tem preferido aguardar do lado de dentro das grades por questão de segurança, mesmo correndo o risco de perder o coletivo por não vê-lo se aproximando da parada.
Anny reclama do que chama de falta de controle sobre quem entra e quem sai do campus ministro Petrônio Portella e diz que as entradas da UFPI em Teresina. “Já teve assaltos dentro dos corredores. Não podemos mais andar entre as salas, não podemos mais ficar com o celular na mão. Pedimos que coloquem mais segurança, que se possível regulassem quem entra e quem sai da UFPI, porque é muito aberto e qualquer um que vem aqui tem acesso. Isso é ruim, porque não tem controle sobre quem entra”, finaliza a estudante.
É o mesmo pedido que faz a aluna Maria Eduarda, estudante de Enfermagem. Ela reforça que segurança é primordial para que os estudantes possam ir e vir da universidade a salvos e para que possam concluir seus cursos. “A gente sente com medo e desamparado. Pedimos que coloquem mais iluminação, mais transporte porque isso é primordial para que o aluno continue aqui”, diz.
Foto: Arquivo O Dia
O que diz a UFPI
Por meio de nota, a UFPI informou que realizou planejamento estratégico em diversas ações para garantir o retorno presencial seguro à comunidade acadêmica. No que tange ao transporte público, a instituição intensificou o diálogo com a Strans antes do início das aulas para buscar ampliar a frota que atende às necessidades dos estudantes, professores, servidores e técnicos.
A UFPI disse também que solicitou colaboração da Polícia Militar, que tem realizado rondas mais frequentes na área do campus.
Confira abaixo a nota da Universidade Federal do Piauí na íntegra:
Fonte: Com informações de Edna Maciel, da O Dia TVA Universidade Federal do Piauí (UFPI) informa que realizou um planejamento estratégico com diversas ações para garantir o retorno presencial seguro à comunidade acadêmica. No que tange ao transporte público, a Instituição, antes mesmo do início das aulas, intensificou o diálogo com a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) para buscar ampliação da frota de ônibus que atende às necessidades de estudantes, professores e servidores técnico-administrativos.
Segundo informações da própria STRANS, desde o dia 21 de junho, houve aumento nas linhas que fazem rota para o Campus Ministro Petrônio Portella, principalmente a linha 401 – Universidade, que passou de 2 para 8 ônibus em funcionamento. Também foram aumentados veículos nas linhas 563 – Universidade Circular I; 365 – Universidade Circular II; 723 – Rodoviária Circular 1; 327 – Rodoviária Circular 2.
No que se refere à área de segurança, houve reforço das ações da Divisão de Vigilância, com atuação de quase 200 profissionais, entre vigilantes desarmados e armados, efetivos e terceirizados. Em horários de pico, as ações se intensificam com duas viaturas e três motos que fazem rondas no campus. Realizou-se, inclusive, ajuste de horários de atuação dos vigilantes para melhor atender às necessidades dos públicos-alvo no retorno presencial.
A Administração Superior da UFPI solicitou colaboração da Polícia Militar, que está realizando rondas mais frequentes na área do campus, parceria sempre valorizada pela atual gestão da Universidade.
Houve também empenho na realização de limpeza de espaços e vias do campus, além de manutenção da iluminação para trazer mais conforto e segurança à comunidade acadêmica.
A UFPI lamenta as possíveis ocorrências junto a seus públicos e reafirma que mantém os esforços para garantir seu bem-estar e segurança.
Como espaço democrático, a Instituição entende, ainda, que manifestações que visem a contribuir com a qualidade dos serviços prestados devem ser valorizadas e que segue atuando em diversas frentes para a continuidade de seu papel como Instituição de referência no ensino, na pesquisa, na extensão e na internacionalização.