Um mergulhador piauiense capturou um peixe-leão, espécie venenosa e altamente perigosa, em Barra Grande, praia localizada no município de Cajueiro da Praia, litoral do Piauí. Em um vídeo compartilhado pelas redes sociais, o mergulhador afirma que o peixe foi encontrado em uma área de corais, em águas rasas.
“Acabei de dar um mergulho, fui com a intenção de pegar esse camarada. Muito cuidado, banhistas, galera que anda naqueles corais, [porque] a gente logo que mergulha vê logo eles [sic]”, afirma o mergulhador.
A cidade de Cajueiro da Praia fica a 8 km da praia do Bitupitá, em Barroquinha, no interior Ceará, onde um pescador teve convulsões e paradas cardíacas após pisar em um peixe-leão. A espécie invasora não é do Brasil e, por ser extremamente voraz e versátil, acaba por prejudicar as espécies nativas, por predação, se tornando um grave problema ambiental e para a pesca.
De acordo com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí (Semar), os relatos de peixe-leão em ambientes rasos das zonas costeiras dos estados do Piauí e Ceará iniciaram em março deste ano. Até o momento, dezenas de animais foram observados ou capturados por pescadores e pesquisadores entre os municípios de Luís Correia-PI e Itarema-CE. "No Piauí, existem relatos de avistamentos distantes da costa na praia do Coqueiro, e relatos de animais em ambientes mais rasos em Barra Grande, Barrinha e Cajueiro da Praia", diz a Semar.
Além
de prejudicar espécies nativas, o peixe-leão também é extremamente perigoso para os
seres humanos. Por isso, a Semar orienta que pescadores ou banhistas que capturarem um peixe-leão, não devolvam o peixe para o mar e busquem os órgãos competentes. A população que avistar ou capturar esses animais (vivos ou mortos) deve entre em contato pelos e-mails: [email protected] e[email protected].
Segundo a Semar, diversas
instituições estão monitorando a
invasão dos animais na costa do Piauí, como: UFDPar, ICMBio, SEMAR, ONGs ITD e
Comissão Ilha Ativa e Prefeituras de Parnaíba, Luís Correia e Cajueiro da
Praia. Em parceria com instituições do Ceará, esses órgãos buscam registrar
ocorrências peixe-leão, capturar animais para estudos científicos e manter a
população informada.
Foto: Reprodução/Pixabay
“Reforçamos que o peixe-leão é um
animal venenoso e não deve ser manipulado sem proteção. Seu veneno causa dor
forte e inchaço na área atingida. Casos letais são bastante raros, e a grande
maioria dos acidentes se resolve sem maiores complicações. Porém os efeitos
variam para cada organismo e dependem da quantidade de perfurações e grau de
exposição”, informou a Semar.
É importante que a população evite contato com o peixe, a menos que tenha total segurança. Em caso de acidente retire eventuais espinhos, limpe bem a ferida e procure ajuda médica. Outra medida que pode ser adotada inclui mergulhar a parte afetada em água quente (até o limite do suportável) por vários minutos, por ser capaz de neutralizar o veneno e aliviar a dor. Fazer uso de analgésicos também podem ajudar.