A Polícia Federal deflagrou uma operação na manhã desta terça-feira (19) para investigar o desvio de recursos públicos federais oriundos do chamado orçamento secreto (as emendas do relator) aqui no Piauí e no Ceará. A ação, denominada de Operação Creta, foi realizada após auditoria da Controladoria Geral da União (CGU), que detectou uma série de irregularidades em licitações nos municípios de Teresina, Valença, Pimenteiras, e também em Brasília e Juazeiro do Norte, no Ceará.
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Foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão e 11 mandados de sequestro de bens e valores em endereços vinculados aos investigados. Também foram cumpridas ordens judiciais em residências e empresas vencedoras de licitação em Teresina, Valença, Pimenteiras, Brasília e Juazeiro do Norte.
De acordo com o relatório da CGU, que embasou a Operação Creta, foi constatada a existência de indícios de fraude e direcionamento das contratações deitas junto ao município de Pimenteiras. A fiscalização apontou que as obras para as quais as empresas eram contratadas estavam, na verdade, sendo executadas diretamente pelos agentes públicos.
Em nota, a Polícia Federal informou que “o grupo vinha repetindo o mesmo modus operandi em outros municípios da região com a utilização também de outras empresas”. A CGU apurou ainda irregularidades em contratos e aditivos celebrados pelos agentes públicos com as empresas investigadas. A PF pediu à justiça o sequestro de bens e valores dos investigados que somam mais de R$ 15 milhões.
Além deste montante, durante as diligências a polícia apreendeu R$ 270 mil em espécie, seis veículos, celulares e documentos.
Os investigados na Operação Creta podem responder pelos crimes de fraude em licitação, crime contra a administração pública, lavagem de dinheiro e organização criminosa.