O Comitê de Operações Emergenciais Contra a Covid-19 (COE) decidiu manter a obrigatoriedade do uso de máscara em todo o Piauí para frear a disseminação do coronavírus. Apesar dos números da doença estarem em queda no Estado, os especialistas alertam que é necessário aguardar a próxima semana epidemiológica para fazer uma revisão das medidas restritivas após o período do Carnaval.
Na semana passada, o governador Wellington Dias havia ventilado a possibilidade de o Piauí desobrigar o uso de máscara após o Carnaval se os casos e óbitos de covis permanecessem.
De acordo com o COE, o fator preocupante no momento é a dose de reforço, fundamental para combater a variante ômicron do coronavírus. “Se por um lado nós temos municípios com Campo Grande do Piauí, Colônia do Piauí, Lagoa do Barro e Dom Inocêncio com mais de 60% da população elegível já com dose de reforço, temos, por outro lado, cidades como Cocal, Floriano, Assunção do Piauí e Jerumenha com menos de 10% da população com dose de reforço”, diz o documento do COE.
Foto: O Dia
Para o professor Emídio Matos, que é membro do Comitê, os dados de hoje indicam que é preciso ainda muita cautela na retirada de medidas restritivas em alguns setores. O COE vai se reunir novamente no próximo dia 14 para avaliar os dados desta semana epidemiológica e discutir com o comitê municipal a possível flexibilização de medidas restritivas como o número de pessoas que podem participar de shows e uso da máscara.
“A recomendação é de aguardar a próxima semana para verificar se a semana do Carnaval vai repercutir em aumento de casos. A preocupação é com a dose de reforço, que está aumentando muito lentamente no Piauí. Então por conta disso, nossa orientação hoje é que ainda é um risco muito grande retirar as máscaras mesmo que em ambientes ao ar livre”, explicou o professor Emídio Matos.
O professor Emídio Matos é membro do COE - Foto: Assis Fernandes/O Dia
Nova reunião vai avaliar retomada de cirurgias eletivas
Com a aparente queda no número de casos, óbitos e internações por covid-19, o Piauí deve retomar a realização de cirurgias eletivas que foram suspensas em razão da mais recente onda da pandemia. A questão será discutida na reunião que ficou marcada para o próximo dia 14 com o COE e membros da gestão hospitalar da Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi).
O índice de positividade dos testes RT-PCR para covid caiu 40% entre a sétima e a oitava epidemiológica de 2022. O COE está debruçado sobre este e outros dados para dar um parecer aos órgãos de saúde sobre a possibilidade de retomada de procedimentos eletivos na rede pública. Conforme explicou o secretário Florentino Neto, é preciso haver redução da ocupação de leitos para síndromes respiratórias agudas para que essas cirurgias sejam retomadas.
O secretário de Saúde, Florentino Neto, fala sobre o retorno das cirurgias eletivas - Foto: Assis Fernandes/O Dia
“Nós vamos deliberar isso e também sobre a reabertura dos segmentos econômicos e a flexibilização ou não do uso de máscaras em ambientes abertos, semiabertos e fechados. O COE entendeu ontem que ainda não tinha conclusão de dados epidemiológicos que pudessem deliberar sobre esses temas. Começamos a avaliar também sobre a retomada das cirurgias eletivas que cada hospital deixou de realizar no período em que tivemos essa onda e hoje a nossa coordenação de organização hospitalar já está preparando um plano de grande mutirão de cirurgias para podermos apresentar na próxima reunião”, disse Florentino.