Os trabalhadores do sistema de transporte de passageiros de Teresina se reúnem nesta quarta-feira (04) com representantes do Setut (Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Teresina) para tentar chegar a um acordo quanto ao reajuste salarial para este ano de 2020. O intuito principal do encontro é evitar que motoristas e cobradores deflagrem greve por tempo indeterminado.
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A principal revindicação dos trabalhadores é reajuste salarial de 6%, mas, segundo o sindicato da categoria, os empresários ainda não apresentaram nenhum valor em contraproposta. O Portal O Dia conversou com Fernando Feijão, presidente do Sintetro (Sindicato dos Trabalhadores das Empresas de Transporte Rodoviário de Teresina).
Sindicato tenta acordo com SETUT para evitar greve de ônibus - Foto: Assis Fernandes/O Dia
Sobre o risco de greve no transporte público em Teresina, Feijão explicou que desde janeiro deste ano vem tentando negociar junto aos órgãos responsáveis o reajuste salarial. Segundo o presidente, o reajuste na tarifa do transporte coletivo não tem ligação com reajuste salarial dos trabalhadores.
“É até bom que se frise que as pessoas atrelam o reajuste da tarifa ao reajuste salarial dos trabalhadores e, a gente mostra, que não tem nada a ver um coisa com a outra. Os empresários já receberam e aplicaram, mas ainda não passaram o reajuste à categoria”,
Durante a reunião com representantes do Setut nesta quarta-feira (05) foram discutidos pontos como a data base dos trabalhadores, correção salarial além da convenção coletiva do ano passado.
“O que nós estamos querendo é mudar nossa data-base para maio, pegar o nosso INPC agora e a correção de janeiro, fevereiro e março e abril no mês de maio e segurar a convecção coletiva do ano passado. No entanto, os empresários dizem que estão sem condições de agora repassar qualquer valor para os trabalhadores”,
Uma assembleia marcada para esta quinta-feira (06), em dois turnos, desta vez com os trabalhadores, deve definir o empasse.
“Teremos uma assembleia com os trabalhadores em dois turnos. Se não houver alguma contraproposta ou aceitação do que foi discutido hoje na DRT, provavelmente a categoria delibere por uma greve. Já estamos no mês de fevereiro e até agora não avançaram as negociações”, conta Feijão.
O presidente completou: “a data base nossa é janeiro. A gente começou com uma proposta de 8% de aumento e já diminuímos para 6%, mas eles [os empresários] alegam que a passagem teve um reajuste de apenas 3,9% e que isso ainda precisa ser calculado, então não nos foi apresentado ainda nenhum valor”, explica.
“A data base nossa é janeiro. A gente começou com uma proposta de 8% de aumento e já diminuímos para 6%", diz Fernando Feijão, presidente do Sintetro - Foto: Assis Fernandes/O Dia
Caso seja deliberado por greve, cerca de 70% dos ônibus que compõem a frota de Teresina devem deixar de circular, restando apenas os 30% que a lei prevê quando há paralisação de serviços essenciais. Feijão garante que esta lei será cumprida.
“Temos consciência da necessidade das pessoas de se locomoverem, mas também temos consciência dos nossos direitos e estamos na correria aqui para que eles sejam garantidos”, finaliza o presidente do Sintetro.
Outro lado
A reportagem entrou em contato com a assessoria do Setut, que informou que não irá se manifestar sobre o caso.