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Teresina teve ontem (06) um dos dias mais quentes do ano; temperatura chegou a 38,9°C

Inmet: 11 cidades do Piauí apareceram entre as mais quentes do Brasil no mesmo dia. Em Bom Jesus e Oeiras, temperaturas passaram dos 40 graus.

07/10/2022 08:24

Teresina registrou nesta quinta-feira (06) um dos dias mais quentes do ano. Durante a tarde, os termômetros na capital piauiense chegaram a medir 38,9 graus com uma radiação solar pouco acima dos 3.000 Kj (quilo Joules). Os dados são da estação automática do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). 


Leia também: Defesa Civil Nacional faz alerta para calor acima da média em setembro e outubro no Piauí 


Segundo o Instituto, 11 cidades do Piauí entraram no ranking das mais quentes do Brasil no dia de ontem. Em municípios como Bom Jesus e Oeiras, as temperaturas atingiram 41,1 graus. Em Picos, Piripiri e Castelo do Piauí, os termômetros marcaram 40 graus. 


Temperaturas no Piauí bateram recordes nesta quarta-feira (06) - Foto: Assis Fernandes/O Dia

Temperaturas elevadas e sensação térmica hostil definem o chamado B-R-O-Bró (período mais quente do ano) no Piauí. Mas mesmo 2022 seguindo a tendência de anos anteriores, este ano há uma anomalia positiva de temperatura, ou seja, a junção de fatores que colaboram para o aumento da temperatura parece estar potencializada. Quem explica é o climatologista Werton Costa.

“As temperaturas apresentadas e medidas pelas estações meteorológicas estão acima da média. No Oceano Pacífico, ocorre o fenômeno conhecido como La Niña, que é caracterizado pelo resfriamento das águas do oceano. Quando ele atua no período chuvoso, aumenta a concentração de umidade, a aproximação do canal de nuvens e muita chuva. Mas quando ele ocorre na estiagem, que é o caso aqui, ele acaba provocando essa potencialização do calor. Então neste momento, temos o Oceano Atlântico com águas quentes, o continente com temperaturas elevadas e essa combinação torna bastante desagradável as condições atmosféricas, bastante hostis para a saúde inclusive”, explica Werton Costa.


O climatologista Werton Costa explica o que tem levado aos recordes de temperatura no Piauí - Foto: 

Também contribui fortemente para esse aumento de temperatura a alta disponibilidade de luz, ou seja, a grande incidência de raios solares que leva ao incremento do calor. É natural no período da Primavera, que aqui no Piauí é o B-R-O-Bró, a maior incidência de raios solares sem a compensação da presença de nuvens. Pela falta da nebulosidade, há esse aumento do calor. 

Outro detalhe importante que, segundo os meteorologistas, é determinante para a hostilidade do tempo: não chove e quando chove, é uma chuva muito pontual. A chuva também atua como compensação, elevando a umidade do ar, a umidade do solo e evitando temperaturas elevadas. Na falta delas, o calor tende a aumentar.


Pouca nebulosidade contribui para aumento da incidência solar e, consequentemente, do calor - Foto: Assis Fernandes/O Dia

Essas condições devem permanecer durante todo o B-R-O-Bró com um detalhe importante: a partir do final de outubro para começo de novembro, o céu deve começar a ganhar uma pequena cobertura de nuvens e essa cobertura deve proporcionar chuvas ocasionais, pontuais, esporádicas: as chamadas pancadas de chuva. A partir de então, terá início no Piauí a chamada pré-estação chuvosa.

Até lá, os termômetros deverão continuar marcando recordes de temperatura no Brasil Central e também na faixa do Nordeste mais distante do litoral, principalmente entre os municípios que estão mais afastados do mar. Estes devem ser ter temperaturas mais elevadas nas próximas semanas.

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