Uma amiga de Anuxa, que teve seu nome preservado por questões de segurança, que presenciou o crime e todas as discussões entre o casal durante a festa, foi a segunda a prestar depoimento, na condição de testemunha de acusação. Em sua fala, a jovem destacou o estado alterado e agressivo de Pablo Henrique e como tentou evitar que a amiga saísse com ele da festa, temendo pela integridade dela.
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Segundo a testemunha, Pablo havia ingerido muita bebida alcoólica durante o casamento já vinha demonstrando sinais de descontrole com Anuxa e com outros convidados. “Ele estava dando vexame e a Anuxa pediu pra ele beber mais devagar. Ele deu em cima de uma moça na pista de dança, ela se chateou, eles começaram a discutir e ele alterou a voz. Quando ele veio na nossa direção, pegou nela e falou ‘isso não vai ficar assim’”, relatou.
Ela conta que na saída festa, Anuxa iria embora com ela, mas que desistiu quando foi pegar a chave de casa no veículo de Pablo, mesmo sob os protestos da amiga. “Eu pedi pra ela não ir e disse que levaria ela para casa. Foi o momento que ele apareceu na porta do buffet e ela saiu com o carro dele. Ele ainda correu atrás”. A jovem acrescenta que Anuxa deu a volta no quarteirão, mas se arrependeu e retornou para a festa.

Foto: Nathalia Amaral/O Dia
“Ela me deu a chave e disse que ia comigo. Meu esposo abriu nosso carro para ela e eu voltei para entregar a chave pro Pablo. Fiquei na esquina esperando ele. Ele estava muito transtornado, dá um desespero até de lembrar. O olhar dele era outro, o tom de voz. Eu pedi calma e ele começou a xingar muito. Nisso eu tentei convencer ele várias vezes, ele levou duas quedas, coloquei ele de pé, ele pedia muito a chave do carro”, falou.
No momento do atropelamento, a testemunha conta que havia apenas um rapaz trocando o pneu de um carro e só deu tempo subir na calçada. “Quando ouvi o carro acelerando e comecei a gritar, elas [Vanessa e Anuxa] estavam entre a rua e a calçada. Ele ia reto e puxou o carro para a direita e já foi quando elas voaram umas duas ou três vezes”.
O marido da jovem, que também
prestou depoimento como testemunha de acusação, acrescentou que viu Pablo
virando o volante do carro para atingir Anuxa. “"Ele estava sozinho no
carro, o carro dele não tem fumê, então eu vi que ele virou o volante na hora
pra atingir as meninas. Quando vi elas caindo, eu corri pra elas e tentei
ajudar" disse. Ainda segundo ele, o réu em momento algum tentou parar o
veículo para ajudar.
A defesa questionou o depoimento
da testemunha, perguntando a ela se a bebida não teria alterado o comportamento
de Pablo Henrique. A fala do advogado foi rebatida pelo juiz Reis Nolleto, que
afirmou que ninguém seria capaz de responder isso, nem a testemunha.
Por: Maria Clara Estrêla, com informações de Nathalia Amaral
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