Medo e insegurança são duas das
palavras que podem definir a situação do teresinense que precisa usar o
transporte coletivo para se locomover dentro da cidade. Dados do Sindicato dos
Trabalhadores de Empresas de Transporte Rodoviário de Teresina (Sintetro)
revelam que já foram registrados 50 assaltos a ônibus na Capital somente nos
quatro primeiros meses de 2018. Para efeito de comparação, o número de janeiro
a abril já é superior à média do primeiro semestre de 2017, quando se registrava
em Teresina um assalto a cada três dias.
A média no primeiro quadrimestre de é de uma ocorrência a cada 2,4 dias e a maioria delas acontece durante a noite, quando o fluxo de passageiros diminui e o movimento nas ruas cai em relação aos outros horários do dia. De acordo com o vice-presidente do Sintetro, Francisco das Chagas, essas 50 ocorrências referem-se apenas aos casos que foram formalmente denunciados à polícia.
Foto: Elias Fontinele/O Dia
“Se formos contar, todos os dias tem algum caso, seja de roubo, tentativa de roubo ou agressão aos motoristas e cobradores. E as ações estão cada vez mais ousadas. Eles não roubam mais só o apurado com as passagens. Geralmente agem em dupla e enquanto um rouba o dinheiro, o outro faz arrastão nos pertences dos passageiros.”, afirma Francisco.
Ele relembra o caso registrado no último dia 27 de abril, quando um ônibus do Consórcio Theresina foi assaltado por criminosos no Conjunto Deus Quer. Era uma das últimas viagens do dia, quando os bandidos se passaram por passageiros, fizeram um arrastão e ainda agrediram o cobrador do ônibus com coronhadas. Na fuga, eles ainda desligaram o veículo e levaram a chave.
Em novembro do ano passado, um idoso ficou ferido após ser baleado durante assalto à linha de ônibus Vale do Gavião , na zona Leste de Teresina. Ele teria tentado reagir à abordagem dos criminosos, que fizeram um arrastão no veículo. Menos de um mês depois, em dezembro, passageiros chegaram a pular de um ônibus em movimento para escapar da ação de criminosos no Residencial Dignidade, zona Sul da Capital. Sete pessoas ficaram feridas.
O outro lado
Procurada, a Polícia Militar informou que está tomando as providências cabíveis no combate a este tipo de crime. O coronel Márcio Oliveira, coordenador de Operações Especiais, explica que as blitz e barreiras policiais na zona urbana da Capital têm dado prioridade ao transporte coletivo e que a orientação é que os motoristas e cobradores entrem em contato com a central de monitoramento da PM imediatamente após perceberem qualquer movimentação suspeita dentro do veículo.
Por: Maria Clara Estrêla