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Após a morte de cinco detentos com suspeita de leptospirose na Cadeia Pública de Altos, o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí (Sinpoljuspi) afirmou que agentes que atuam na unidade prisional também apresentaram sintomas da doença. Relatórios da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) apontaram que a água do local estaria contaminada com urina de ratos.
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A apesar dos sintomas, nenhum dos agentes penitenciários chegou a ser internado. O vice-presidente do Sinpoljuspi, Vilobaldo Carvalho, defende que o fato dos policiais usufruírem de folgas, evitou que ficassem mais expostos e apresentassem sintomas graves da doença. “Diversos policiais penais lotados sentiram sintomas como diarreia, sensação de vômito. A diferença é que o policial trabalha e tem seus dias de folga e o preso está ali permanente consumindo a água”, disse.
O Sindicato esclarece que o problema com o abastecimento da água está sendo resolvido, contudo, outros problemas como a falta de limpeza dos diversos setores preocupam os agentes. “O que sabemos é que já foi identificado o problema e está sendo feito o tratamento na água, mas outras medidas precisam ser tomadas de urgência. O governador tem que decretar situação de emergência no local, uma limpeza em toda a área e realização de exames em todos os presos e todos os policiais penais, que ai vai ter o verdadeiro diagnóstico e o tamanho do problema”, afirmou.
Vibolaldo defende ainda que a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) nomeie uma comissão para o acompanhamento diário do estado de saúde de detentos e servidores e atendimento médico 24h. Ele pede ainda que seja realizada uma revisão da situação processual dos detentos para aplicação de prisões domiciliares e outras medidas cautelares.
Vistoria
Aproximadamente 50 presos da Cadeia Pública de Altos apresentaram sintomas de leptospirose, doença causada pela urina de ratos. Um total de cinco presos faleceu e outros 35 seguem interinados em unidades hospitalares.
Na última quinta-feira, a CPA recebeu uma vistoria das Comissões de Defesa dos Direitos Humanos e de Direito Penitenciário da OAB Piauí. O objetivo era produzir um relatório geral sobre as condições da estrutura da Cadeia e apurar denúncias de torturas de detentos.
A ouvidora-Geral da OAB, Élida Fabrícia, explicou que encontrou aspecto adequado no tratamento da água e monitoramento de profissionais da saúde do quadro de saúde dos detentos. Ela disse ainda que foram encontradas boas estruturas no local.
Por: Otávio Neto