Em
entrevista coletiva concedida na manhã desta quarta-feira (26), o
delegado-geral da Polícia Civil, Lucy Keiko, confirmou que o tio do
proprietário do restaurante Frango Potiguar confessou à polícia ser o responsável
pela execução dos adolescentes Anael Natan Colins Souza da Silva, 17 anos, e Luian Ribeiro de Oliveira, de 16 anos.
O homem, que não teve a sua identidade revelada, é servidor público estadual e tem aproximadamente 60 anos. Ele afirmou em depoimento que cometeu o crime sozinho, sem a ajuda de terceiros. Ele é dono do sítio localizado ao lado da casa de shows, nas imediações de onde a motocicleta das vítimas foi encontrada.
João Paulo de Carvalho Gonçalves Rodrigues. (Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal)
De acordo com o delegado-geral, o empresário João Paulo de Carvalho Gonçalves Rodrigues, dono do restaurante Frango Potiguar, também teria confessado que cedeu o veículo utilizado para levar os jovens até o matagal onde foram executados. Contudo, a polícia ainda está apurando a sua participação nos homicídios.
Carro do suspeito de ter cometido o crime (Foto: Jailson Soares/ODIA)
“Ele [João Paulo] disse que chegou à casa e os menores já estavam amarrados e imobilizados. O tio disse que o carro dele já estava lá fora e pediu emprestado para ‘resolver o assunto’, e teria colocado os dois menores no carro e os matou. O nosso objetivo é saber se a pessoas que estavam na residência no momento em que os menores foram amarrados também estavam presentes quando foram executados”, afirmou o delegado-geral.
Por ter confessado a autoria fora do período do flagrante, o servidor público ainda está solto. Já o empresário foi preso temporariamente ontem, mas foi posto em liberdade após o cumprimento dos mandados de busca e apreensão.
O delegado-geral frisou ainda que a Polícia irá averiguar as ameaças de morte relatadas à imprensa pelos familiares das vítimas. “Quem ameaçar familiar de vítima durante uma fase de inquérito policial está cometendo o crime de coação no curso do processo e, se comprovarmos isso, vamos pedir a prisão. Não se pode atrapalhar uma investigação”, destaca Lucy Keiko.