O desenrolar do caso de assassinato da advogada Izadora Mourão continua a chocar a população piauiense. A investigação do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) revela a frieza com a qual o crime foi cometido, tendo como principal suspeito o irmão da vítima, o jornalista João Paulo Mourão.
De acordo com o delegado Francisco Costa Baretta, coordenador do DHPP, Izadora Mourão foi morta a facadas dentro do quarto pelo irmão, que, após cometer o homicídio, teria ido dormir no quarto da mãe. Ao se deparar com a filha morta, a mãe entrou em contato com uma faxineira conhecida pela família para limpar vestígios de sangue e acobertar o filho.
Foto: Arquivo Pessoal
Ainda de acordo com o delegado, a mãe de João Paulo e de Izadora não falou a verdade em seu depoimento à Polícia Civil e tentou proteger o filho. “A mãe dele tomou conhecimento que a filha estava morta e, ao invés de chamar a polícia ou chamar o socorro, porque ela ainda poderia estar viva, simplesmente ligou para a faxineira para vir lavar o quarto e dizer que o rapaz estava dormindo”, afirma o coordenador do DHPP.
No dia do crime, João Paulo chegou a dar entrevistas para a imprensa relatando que o assassinato da própria irmã teria ocorrido de modo bárbaro e cruel. Na sua primeira versão dos fatos, o jornalista afirmou que uma mulher não identificada teria ido até a casa da vítima para conversar com a advogada na manhã do crime e que esta seria a autora do assassinato. “Tudo leva a crer que foi uma morte pensada, premeditada e friamente calculada”, disse o suspeito à imprensa.
Foto: Arquivo Pessoal
A versão de João Paulo, no entanto, é contestada pelo DHPP. Para a Polícia Civil, as provas encontradas são suficientes para determinar o jornalista como autor do crime. “O relato inicial da conta de que uma mulher teria ingressado na casa e esfaqueado a vítima. Até o momento não há indícios de que essa mulher exista. Foi um personagem criado para livrar do crime o autor que está preso”, aponta o delegado Baretta.
As duas facas que teriam sido usadas para assassinar a advogada foram apreendidas pelo DHPP na residência de familiares. Segundo o delegado Baretta, as armas apresentam vestígios de sangue, mas ainda serão periciadas.
Segundo as investigações, João Paulo e Izadora tinham divergências, mas, até o momento, não há confirmação sobre qual teria sido a real motivação do crime. Uma das suspeitas, que ainda deverá ser averiguada, é uma suposta disputa por herança entre os dois irmãos.
O irmão de Izadora foi preso em flagrante na noite de ontem (15), na cidade de Pedro II, e conduzido para Teresina. O jornalista não confessou o crime.
Edição: Com informações de Tony Silva.